Impacts of tobacco cultivation on human health and water pollution in Chapadão do Lageado, Santa Catarina, Brazil

Abstract

Brazil is the second largest tobacco producer. We investigated the pesticides used by tobacco farmers, their occurrence in the drinking water resources of Chapadão do Lageado (Santa Catarina, Brazil), and the relationship between tobacco cultivation and farmers’ health. A liquid chromatography-tandem mass spectrometry method was used to quantify pesticide residues in water samples from rivers and wells. Both the handling of pesticides and the handling of the tobacco plant have negative consequences, even if preventive measures are taken. Of the 107 tobacco farmers surveyed, 91.6% reported symptoms related to green leaf disease and 19.6% reported symptoms related to pesticide handling. About 40% of the well water samples contained residues of imidacloprid, sulfentrazone, thiamethoxam and iprodione. In the river water samples, more than 70% had residues of the same pesticides detected in the well water, plus clomazone. Traditional tobacco cultivation and post-harvest management endanger human and environmental health. The harmful effects of exposure to tobacco leaves compound health problems. In areas where tobacco cultivation is a major industry, critical thinking is needed on policies, approaches and tools to address these complex and alarming public health risk situations.

O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco. No presente estudo investigaram-se os agrotóxicos utilizados, sua presença nos recursos hídricos do Chapadão do Lageado (Santa Catarina, Brasil) e a associação entre produção de tabaco e saúde dos agricultores. Utilizou-se cromatografia líquida-espectrometria de massa em tandem para determinar e quantificar resíduos de agrotóxicos em amostras de água de rios e poços. A manipulação de pesticidas e do tabaco têm consequências negativas, mesmo usando medidas preventivas. Dentre os 107 fumicultores entrevistados, 91,6% relataram sintomas relacionados à doença da folha verde do tabaco e 19,6% relataram sintomas decorrentes da manipulação de agrotóxicos. Cerca de 40% das amostras de água de poço apresentaram resíduos de imidacloprida, sulfentrazona, tiametoxam e iprodiona. Nas amostras de água de rios, mais de 70% apresentaram resíduos dos mesmos agrotóxicos identificados em águas de poços, mais clomazone. As suas práticas de produção e manejo ameaçam a saúde humana e ambiental. A situação torna-se alarmante já que os efeitos nocivos da exposição às folhas verdes do tabaco intensificam os problemas de saúde dos produtores. É necessária uma reflexão crítica sobre políticas, abordagens e ferramentas para enfrentar essas complexas situações de risco de saúde pública nos territórios onde o cultivo do tabaco é uma das principais atividades econômicas.