Fotografia de imprensa e ditadura na Argentina

Abstract

Uma ditadura civil-militar, instaurada na Argentina em 24 de março de 1976, implementou um regime repressivo que, devido à sua natureza, tamanho e modalidades, não teve precedentes na história nacional. Os milhares de presos--desaparecidos, assassinados, presos políticos, exilados, centenas de meninas e meninos sequestrados e a implementação de um modelo econômico regressivo, fizeram parte das consequências de um regime que transformou o terror em instrumento fundamental de dominação política e disciplina social. Em 1982, a crise provocada pela derrota militar nas Ilhas Malvinas se somou à crítica situação econômica e social. As Forças Armadas começaram a preparar sua retirada do poder com a condição de não serem responsabilizadas pelas violaçõesaos direitos humanos que haviam cometido.Nesse contexto, as Mães da Plaza de Mayo, juntamente com outras organi-zações, redobraram suas denúncias e reclamações sobre violações dos direitos humanos ocorridas nos anos anteriores. Em 5 de outubro de 1982, quatro meses após a rendição argentina nas Malvinas, oito organizações convocaram de forma conjunta uma mobilização em demanda pelo aparecimento dos detidos--desaparecidos com vida e para a libertação imediata de prisioneiros políticos e sindicais, sob o título “Marcha pela Vida”