Trypanosoma cruzi I isolado de Triatoma sórdida (Hempitera, Triatominae). Como mensurar o risco?

Abstract

Triatoma sordida, potencial vetor do parasito causador da doença de Chagas, possui amplaocorrência no Cerrado brasileiro. Reconhecida pela tendência de adaptação ao domicílio earredores em abundância, pode se alimentar em diferentes hospedeiros vertebrados. Embora com baixos índices de infecção por Trypanosoma cruzi e associação com aves, sabidamente refratárias ao parasito, exemplares infectados têm sido registrados no peridomicílio e domicílio, sugerindo uma relação com reservatórios silvestres. Com o aumento das ações antrópicas sobre os ambientes naturais, é colocado em questão o risco da transmissão vetorial da doença de Chagas com a participação de T. sordida. Apresentamos uma abordagem ecológica, sob diferentes aspectos, da infecção natural por T. cruzi em espécimes coletados em áreas rurais de dois municípios do Sudeste do Tocantins, Norte do Brasil, discutindo questões que permanecem sendo retratadas no Estado e em diferentes regiões do país, e que podem atualmente estar sendo subestimadas com o aumento da degradação ambiental do Cerrado brasileiro. A prevalência de infecção por T. cruzi I registrada em T. sordida coletados em peridomicílios do Tocantins consolida sua participação na inclusão das pessoas ao ciclo silvestre do parasito e demonstra o risco desta espécie, mesmo quando encontrada em galinheiros, em novos ciclos de transmissão vetorial. Esta realidade, frente ao aumento das degradações ambientais no Cerrado brasileiro, pode estar influenciando diretamente nos ciclos de transmissão, enfatizando a importância da vigilância entomológica continuada no peridomicílio, o acompanhamento dos ciclos de transmissão do parasito e as ações de educação em saúde em áreas endêmicas, incluindo ações consensuadas com as comunidades.