“Del territorio al feminismo y del feminismo al territorio”: Las mujeres campesinas de Argentina en el segundo foro feminista popular y latinoamericano

Abstract

En este artículo me propongo analizar el rol actual de las expresiones políticas feministas que han surgido en Argentina por parte de mujeres de sectores rurales en coyunturas de conflicto territorial causadas por el agronegocio. Para ello me centro en el análisis de caso del denominado feminismo campesino y popular que emerge en la década de 1990 y se fortalece durante los últimos años, protagonizado por mujeres campesino-indígenas del Movimiento Campesino de Santiago del Estero (Mo.Ca.SE). En el marco de un trabajo etnográfico que vengo desarrollando desde 2016, me detengo en el análisis de los pronunciamientos realizados en el Segundo Foro Feminista Popular y Latinoamericano que tuvo lugar los días 24 y 25 de junio de 2022 en la localidad de La Banda, Santiago del Estero. Exploro sus discursos en la interlocución con el movimiento feminista más amplio, así como con otras luchas populares a nivel nacional, considerando esta participación como emblemática de las estrategias políticas que han asumido en la coyuntura contemporánea. Sugiero que el feminismo campesino, en el contexto actual de crisis socio-ecológica, ensaya alianzas múltiples y transversales con diferentes sectores del campo popular, procurando ser vocero del reclamo territorial y ambiental e instalar estas demandas en las agendas del feminismo popular y los movimientos sociales más amplios.

In this article I propose to analyze the role of feminist political expressions that have emerged in Argentina by women from rural sectors in territorial conflict caused by agribusiness. To this end, I focus on the case analysis of the so-called peasant and popular feminism that emerged in the 1990s and has grown stronger in recent years, led by peasant-indigenous women from the Peasant Movement of Santiago del Estero (Mo.Ca.SE). Within the framework of an ethnographic research that I have been developing since 2016, here I focus on the analysis of the statements made at the Second Popular and Latin American Feminist Forum that took place on 24 and 25 June 2022 in the town of La Banda, Santiago del Estero. I explore their discourses in the interlocution with the broader feminist movement, as well as with other popular struggles at the national level, considering this participation as emblematic of the political strategies that they have assumed in the contemporary conjuncture. I suggest that peasant feminism, in the current context of socio-ecological crisis, deploys multiple and transversal alliances with different sectors of the popular field, trying to be a spokesperson of the territorial and environmental claim and install these demands in the agendas of popular feminism and broader social movements.

Neste artigo proponho analisar o papel e o posicionamento atual das expressões políticas feministas que surgiram na Argentina por mulheres de sectores rurais em situações de conflito territorial causado pelo agronegócio. Com este fim em vista, concentro-me na análise de casos do chamado feminismo camponês e popular que surgiu nos anos ‘90 e se fortaleceu nos últimos anos, liderado por mulheres camponesas-indígenas do Movimento Camponês de Santiago del Estero (Mo.Ca.SE). No âmbito de um trabalho etnográfico que tenho vindo a desenvolver desde 2016, aqui me concentro na análise das declarações feitas no Segundo Fórum Feminista Popular e Latino-americano que teve lugar a 24 e 25 de junho de 2022 na cidade de La Banda, Santiago del Estero. Exploro seus discursos em diálogo com o movimento feminista mais amplo, bem como com outras lutas populares em nível nacional, considerando esta participação como emblemática das estratégias políticas que eles assumiram na situação contemporânea. Sugiro que o feminismo camponês, no atual contexto de crise socioecológica, ensaie alianças múltiplas e transversais com diferentes setores do campo popular, procurando ser porta-voz da reivindicação territorial e ambiental e instalar estas demandas nas agendas do feminismo popular e dos movimentos sociais mais amplos.