Narrativas dominantes e violência epistêmica na historiografia das danças argentinas: Possibilidades de desobediência

Abstract

Os estudos de dança como disciplina acadêmica1 , ganhou seus primeiros contornos na Argentina em meados da década de 1980. Podemos tomar como marco nesse processo, a criação da disciplina "Teoria Geral da Dança" - na graduação em Artes Combinadas da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires, em 1986. Essa disciplina ficou a cargo da pesquisadora e professora precursora no assunto, Susana Tambutti. Anteriormente, desde meados do século XX, encontramos alguns escritos sobre dança que assumiam aspectos histórico, etnográfico, crítica de espetáculo ou biográfico, mas nenhum deles tem um enquadramento acadêmico, universitário ou científico. Por isso, neste artigo iremos nos concentrar apenas nas histórias que reivindicam cobrir “toda a dança”. De modo geral, os estudos de dança desenvolvidos em nosso país enfocam a história da dança cênica, embora, como veremos, essa diferença nem sempre seja explicitada. Da mesma forma, a abordagem da história contida nestes escritos não constitui uma análise crítica, compreendendo as dimensões complexas que a história da arte e da cultura nos exige, mas antes, propõem um percurso "geral" da dança em nosso país ou se dedicam a documentar distintos fatos e trajetórias artísticas...