Las posibilidades críticas del montaje en la cultura postdictatorial y plataformizada: abordajes de lo imaginario en tiempos de scrolleo

Abstract

Este artículo formula interrogantes epistemológicos, coyunturales y teórico-metodológicos surgidos de una práctica concreta de investigación, y se estructura en tres apartados que retoman dichos interrogantes. El primero ofrece una conceptualización de lo imaginario situado en su materialidad específica y en sus vínculos con lo ideológico, a partir de aportes de la filosofía y del psicoanálisis. Propone tomar las imágenes como un material privilegiado para la captación de elementos afectivos en los que se imbrican lo subjetivo y lo social. La segunda parte ofrece un diagnóstico de las transformaciones en la relación imaginaria de los sujetos con sus condiciones materiales de existencia, leídas a partir de la plataformización y del viraje postdictatorial de la cultura. Se estudian particularmente las implicancias de una transformación histórica de las formas predominantes de la percepción, a partir de la práctica del scrolleo. Finalmente, el tercer apartado desarrolla la conjetura de que asistimos a una disputa en las formas del montaje, entre lo que denominamos montaje algorítmico y montaje crítico, entendido como práctica de producción de conocimiento. A lo largo del artículo, se realizan sugerencias para el abordaje concreto de lo imaginario y para la realización de montajes críticos desde la pregunta acerca de cómo producir imágenes que disloquen la temporalidad presentista del fluir permanente y confirmativo del scrolleo. Se concluye que desde las ciencias sociales se puede efectuar un montaje crítico que desestabilice las formas dominantes del mirar y de lo que nos es dado a ver. Se trata de indagar en el plano de combinatorias, de selecciones y de relaciones entre elementos que presagien nuevas formas de imaginación de lo social.

This article formulates epistemological, conjunctural and theoretical-methodological questions arising from a concrete research practice, and is structured in three sections that take up these questions. The first offers a conceptualization of the imaginary situated in its specific materiality and in its links with the ideological, based on contributions from philosophy and psychoanalysis. It proposes a work with images that takes them as a privileged material for the capture of affective elements in which the subjective and the social are intertwined. The second section offers a diagnosis of the transformations in the imaginary relationship of subjects with their material conditions of existence, read from the platforming and post-dictatorial turn of culture. In particular, the implications of a historical transformation of the massive forms of perception, starting from the practice of scrolling, are studied. Finally, the third section develops the conjecture that we are witnessing a dispute in the forms of montage, between what we call algorithmic montage and critical montage, understood as a practice of knowledge production. Throughout the article, suggestions are made for a concrete approach to the imaginary and for the realization of critical assemblages based on the question of how to produce images that dislocate the presentist temporality of the permanent and confirmatory flow of the scrolling. It is concluded that from the social sciences it is possible to carry out a critical montage that destabilizes the dominant forms of looking and of what we are given to see. It is a question of investigating in the plane of combinatorics, selections and relations between elements that foreshadow new forms of imagination of the social.

Este artigo levanta questões epistemológicas, conjunturais e teórico-metodológicas decorrentes de uma prática de pesquisa concreta e está estruturado em três seções que abordam essas questões. A primeira oferece uma conceituação do imaginário situado em sua materialidade específica e seus vínculos com o ideológico, com base em contribuições da filosofia e da psicanálise. Propõe o trabalho com imagens como um material privilegiado para a captura de elementos afetivos nos quais o subjetivo e o social estão entrelaçados. A segunda seção oferece um diagnóstico das transformações na relação imaginária dos sujeitos com suas relações materiais de existência, lidas a partir da plataforma e da mudança pós-ditatorial na cultura. Em particular, são estudadas as implicações de uma transformação histórica das formas de percepção de massa, com base na prática da rolagem. Por fim, a terceira seção desenvolve a conjectura de que estamos testemunhando uma disputa nas formas de montagem, entre o que chamamos de montagem algorítmica e montagem crítica, entendida como uma prática de produção de conhecimento. Ao longo do artigo, são feitas sugestões para uma abordagem concreta do imaginário e para a produção de montagens críticas com base na questão de como produzir imagens que deslocam a temporalidade presenteísta do fluxo permanente e confirmatório da rolagem. Conclui-se que, a partir das ciências sociais, é possível realizar uma montagem crítica que desestabilize as formas dominantes de olhar e do que nos é dado a ver. É uma questão de investigar em nível de combinações, seleções e relações entre elementos que prenunciam novas formas de imaginar o social.