Capítulo de Libro
A escritura é uma voz que ressoa
Título del libro: Escritura e Ressonância
Milone, María Gabriela
Otros responsables:
Pinto de Almeida, Leonardo
Fecha de publicación:
2024
Editorial:
Universidade Federal Fluminense
ISBN:
978-65-5831-186-7
Idioma:
Portugues
Clasificación temática:
Resumen
No presente trabalho, propomos pensar as possíveis relações entre a voz, a escritura e a ressonância, especialmente a partir de três textos de Jean-Luc Nancy, a saber: Vox clamans in deserto (inicialmente incluído em El peso de un pensamiento, cuja primeira edição remonta a 1991; posteriormente recompilado em Demande. Philosophie, Littérature, publicado em 2015, onde esse texto aparece com a adição de uma data em seu final: 1986); Répondre du sens (incluída na citada Demande, com a indicação da data do ano 2000); e A la escucha, texto publicado originalmente em 2002. Vale dizer que, ao nos concentrarmos em algumas das propostas presentes nesses três textos, buscaremos pensar a voz na escritura em termos de ressonância; ou ainda pensar na ressonância em sua dimensão sonora quando passa da voz à escritura. Porém, como ou por meio de quais elementos poderia ser postulada algo como uma passagem do som à escritura, ou uma partição do sonoro no escrito? Podemos postular que são as letras que re-partem o sonoro na escritura e assim re-ssoam novamente? E mais, podemos dizer que o caso paradigmático desse movimento de ressonância entre voz e escritura se daria nas onomatopeias? Seguindo os postulados presentes nos três textos mencionados por Nancy, tentaremos responder à pergunta sobre a ressonância da voz na escritura pensando em três instâncias, que correspondem a cada um dos textos (embora não na ordem cronológica de publicação). Postularemos assim que a voz escuta, abrindo o espaço da sonoridade onde rebate o sentido; que a voz clama, em plena afirmação de si mesma, espaçada na abertura da boca onde ressoa; e, por fim, que a voz responde, ao cantar o sentido que é a escritura quando é pensada como ressonância sonora, como abertura do envios e reenvios. A escritura faz eco de uma voz que escuta e clama, que vibra e grita, que abre e espacializa o sentido em seu percurso des-contínuo de remissões. A ressonância é o espaçamento da voz: desde o início, uma boca se abre “com uma primeira mímica cujo futuro é o pensamento”, diz Nancy em Ego sum (2007b, p. 132). Na mímica, na intensificação desse duplo m que vibra entre os lábios, está cifrada (como cripta / cifra)2 a ressonância da voz no traço da letra, no eco de sua escritura.
Palabras clave:
Ressonância
,
Escritura
,
Voz
,
Dimensão sonora
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Citación
Milone, María Gabriela; A escritura é uma voz que ressoa; Universidade Federal Fluminense; 2024; 389-408
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