Desigualdad y pobreza en tiempos de Milei

Abstract

El presente artículo tiene como objetivo analizar la dinámica de la pobreza en Argentina (2016-2024), prestando especial atención al primer año del gobierno de La Libertad Avanza (2024). El estudio, basado en el análisis de datos de la EPH-INDEC, revela un patrón de pobreza circulatoria, donde la reducción aparente de la pobreza (del 55% al 37,8% en 2024) oculta desigualdades y heterogeneidades persistentes. Se ha observado una recuperación temporal en ciertos sectores relacionados con actividades dinámicas. Sin embargo, trabajadores informales, empleados públicos y jubilados se han visto afectados por una vulnerabilidad estructural persistente. Los hallazgos revelan que la desaceleración inflacionaria (en un contexto recesivo) propició una frágil reducción de la pobreza, sin embargo, el deterioro acumulado del poder adquisitivo y las estrategias de supervivencia (pluriempleo, sobreocupación y uso de recursos financieros), analizados a través del estudio del panel de encuestados, ponen de manifiesto la naturaleza transitoria de dichas mejoras. El estudio concluye que las políticas de ajuste implementadas contribuyeron a la intensificación de un régimen de exclusión, mediante la combinación del deterioro de las condiciones de vida de los sectores medios formalizados con el agravamiento de la pobreza crónica entre los grupos desprotegidos.

This article aims to analyze the dynamics of poverty in Argentina (2016–2024), with particular focus on the first year of the La Libertad Avanza administration (2024). Based on analysis of EPH‑INDEC data, the study reveals a pattern of circulatory poverty, in which the apparent reduction of poverty (from 55 % to 37.8 % in 2024) masks persistent inequalities and heterogeneities. A temporary recovery has been observed in certain sectors linked to dynamic activities. However, informal workers, public employees, and pensioners have remained subject to structural vulnerability. The findings show that the deceleration of inflation (in a recessionary context) fostered a fragile reduction in poverty; however, the accumulated deterioration of purchasing power and survival strategies (multiple jobs, overemployment, and use of financial resources), analyzed through the panel study, highlight the transitory nature of these improvements. The study concludes that the adjustment policies implemented contributed to the intensification of an exclusionary regime by combining the worsening of living conditions for formalized middle‑class sectors with the aggravation of chronic poverty among unprotected groups.

Este artigo tem como objetivo analisar a dinâmica da pobreza na Argentina (2016–2024), com atenção especial ao primeiro ano do governo La Libertad Avanza (2024). Baseado na análise de dados da EPH‑INDEC, o estudo revela um padrão de pobreza circulatória, em que a aparente redução da pobreza (de 55 % para 37,8 % em 2024) oculta desigualdades e heterogeneidades persistentes. Observou‑se uma recuperação temporária em certos setores ligados a atividades dinâmicas. No entanto, os trabalhadores informais, os funcionários públicos e os aposentados continuaram sujeitos a uma vulnerabilidade estrutural persistente. Os resultados mostram que a desaceleração inflacionária (em um contexto recessivo) favoreceu uma frágil redução da pobreza; entretanto, o deterioro acumulado do poder de compra e as estratégias de sobrevivência (pluriactividade, sobreemprego e uso de recursos financeiros), analisados por meio do estudo de painel, evidenciam a natureza transitória dessas melhorias. O estudo conclui que as políticas de ajuste implementadas contribuíram para a intensificação de um regime de exclusão, ao combinar o agravamento das condições de vida dos setores médios formalizados com o aumento da pobreza crônica entre os grupos desprotegidos.