A descolonização cultural e a primeira Psicologia da Libertação na América Latina: O trabalho de Antonio Caparrós e Nicolás Caparrós

Abstract

Mais de uma década antes da conhecida proposta de psicologia da libertação feita por Ignacio Martín-Baró, o espanhol-argentino Antonio Caparrós, em 1976, publicou juntamente com Nicolás Caparrós uma obra intitulada Psicología de la Liberación (Psicologia da Libertação). O capítulo aborda os antecedentes e as características mais salientes deste trabalho, que reconhece pelo menos duas vertentes de pensamento. Por um lado, o pensamento nacional, que teorizava sobre a consciência nacional e a libertação nacional. O pensamento nacional fazia parte de uma corrente de pensamento que procurava um debate que fosse ao mesmo tempo epistemológico, filosófico, cultural e político, e que reconhecesse nuances com expressões relacionadas tais como o pensamento descolonial ou o pensamento de descolonização. A psicologia da libertação do Antonio e Nicolás Caparrós reconheceu o impacto da formação da consciência nacional de Juan José Hernández Arregui. Por outro lado, o trabalho foi inscrito no quadro de uma fundação epistemológica para a psicologia, que tinha sido baseada no trabalho de Henri Wallon e na psicanálise de esquerda. A primeira psicologia da libertação latino-americana surgiu desta encruzilhada de ideias em particular.