Infraestructuras hidráulicas y riesgo de inundación en ámbitos urbanos: Enfoques para el abordaje de sus relaciones

Abstract

Atendiendo a los desafíos que representa actualmente el cambio climático, se propone aquí revisar las coordenadas teórico metodológicas desde las que se han venido examinando las relaciones entre ciudad, infraestructuras hidráulicas y riesgo de inundación. Se parte de la asunción de que los tres términos se co-producen a partir de un proceso que acentúa progresivamente sus interrelaciones. Interesará antes que nada aproximarse a estas relaciones desde una problematización de las infraestructuras en general, identificando dos enfoques que han marcado su estudio. Un enfoque que se ha instalado como parte de las políticas públicas, y que se ha visto potenciado en el contexto del cambio climático, es aquel que propone redefinir la función y el carácter de las infraestructuras como parte de una modernización ecológica. Se han comenzado a valorar los ríos y otros cuerpos de agua a partir de sus servicios ecosistémicos. Ha surgido así la noción de infraestructura Azul y Verde (IAV) que ha permitido formular proyectos de renaturalización de cursos de agua y sus márgenes, con el fin de impulsar la descontaminación, mitigación, adaptación, resiliencia, provisión de espacio público de calidad y/o valoración paisajística, entre otros. Por otro lado, el enfoque hidro- -social se ha concentrado en el conflicto, a partir de entender que la construcción de esas infraestructuras tiende a reforzar el poder de quienes las proyectan y controlan, distribuyendo desigualmente sus beneficios y perjuicios. Este enfoque propone, a través de la noción de territorios hidro-sociales, un abordaje que articula lo físico, lo social y lo técnico, resaltando el papel que desempeñan las relaciones de poder, los saberes y las representaciones.

Dado os desafios representados atualmente pelas mudanças climáticas, propõe-se aqui revisar as coordenadas teórico-metodológicas a partir das quais têm sido examinadas as relações entre cidade, infraestruturas hidráulicas e risco de inundação. Parte-se do pressuposto de que os três termos são co-produzidos por um processo que progressivamente acentua suas inter-relações. Interessa, antes de tudo, abordar essas relações a partir de uma problematização das infraestruturas em geral, identificando dois enfoques que têm marcado seu estudo. Um enfoque que se tem instalado como parte das políticas públicas, e que tem sido potencializado no contexto das mudanças climáticas, é aquele que propõe redefinir a função e o caráter das infraestruturas como parte de uma modernização ecológica. Os rios e outros corpos de água têm começado a ser valorizados a partir de seus serviços ecossistêmicos. Assim, surgiu a noção de infraestrutura Azul e Verde (IAV) que tem permitido formular projetos de renaturalização de cursos de água e suas margens, com o objetivo de impulsionar a descontaminação, mitigação, adaptação, resiliência, provisão de espaço público de qualidade e/ou valorização paisagística, entre outros. Por outro lado, o enfoque hidro-social tem se concentrado no conflito, partindo do entendimento de que a construção dessas infraestruturas tende a reforçar o poder de quem as projeta e controla, distribuindo de forma desigual seus benefícios e prejuízos. Esse enfoque propõe, através da noção de territórios hidrossociais, uma abordagem que articula o físico, o social e o técnico, destacando o papel que desempenham as relações de poder, os saberes e as representações.

The purpose of this paper is to review the theoretical and methodological perspectives from which the relationships between urbanization, hydraulic infrastructures and flood risk have been studied in a context defined by the multiple challenges brought about by climate change. The paper departs from the assumption that the three terms are co-produced in a process that progressively strengthens the relationships between them. The first part of the paper problematizes infrastructure in general, while a second part identifies and delves into two main theoretical approaches. The former has recently received considerable attention as part of projects and policies implemented in the context of climate change. It proposes to redefine the function and character of infrastructure as part of ecological modernization. Rivers and other bodies of water have begun to be valued for the ecological services that they are able to provide. The notion of Blue- -Green Infrastructure (BGI) has allowed the formulation of projects of renaturation of watercourses and their banks, which have served various purposes like decontamination, mitigation, adaptation, resilience and provision of quality public space and/or landscape. On the other hand, the hydro-social approach concentrates on conflict, grounded in the realization that infrastructure construction tends to bolster the influence of those who design and control them, resulting in an uneven distribution of benefits and liabilities. This approach advocates for a comprehensive perspective, delineated through the concept of hydro-social territories, which integrates physical, social, and technical elements. It underscores the significance of power dynamics, knowledge dissemination, and representations within this framework.