Trabajo comunitario y continuidad productiva agropecuaria en las zonas altas de la Quebrada de Humahuaca, 1980-2020 (Jujuy, Argentina)

Abstract

El artículo analiza las características que asume la actividad agropecuaria en la Quebrada de Humahuaca y debate con distintas líneas de investigación sobre el cambio agrario en la región. Se utilizaron metodologías cualitativas de investigación consistentes en el estudio de diagnósticos productivos, y en la generación y análisis de fuentes de información primaria que comprenden registros etnográficos, así como el diseño e implementación de entrevistas a productores agropecuarios. Los ejes de indagación fueron los procesos de trabajo en la actividad agrícola y las condiciones objetivas de producción. En un contexto general de retracción de la actividad agrícola y ganadera, los resultados de esta investigación dan cuenta de la categoría trabajo comunitario como el ejercicio de formas de trabajo de larga duración que permiten la concreción de obras de infraestructura para la actividad agropecuaria, tales como apertura y mantenimiento de caminos, obras hídricas para riego y la ejecución de obras para el acceso a servicios básicos de agua y luz eléctrica. La continuidad productiva en las zonas altas de la Quebrada de Humahuaca es posible por el ejercicio de estas formas de trabajo y, donde estas prácticas se relajan, las actividades productivas tienden a desaparecer y los territorios rurales a despoblarse. Asimismo, se registran nuevas dinámicas vinculadas a movilidades socioespaciales que permiten la continuidad productiva en el campo, con la residencia permanente del productor y su familia en zonas urbanas. En concomitancia con estos procesos, se registra una tendencia a la especialización de las unidades productivas en actividades agrícolas o ganaderas, donde antes se practicaban en forma combinada. La originalidad de esta investigación radica en el trabajo etnográfico en zonas productivas poco estudiadas de la Quebrada de Humahuaca para iluminar nuevas categorías que surgen del estudio de los procesos de trabajo y las condiciones de producción para comprender la continuidad agropecuaria.

This article explores the characteristics of agricultural activity in the Quebrada de Humahuaca, engaging with various research perspectives on agrarian change in the region. The study employs qualitative research methodologies, including the analysis of productive diagnostics and the collection of primary data through ethnographic records and structured interviews with agricultural producers. The core areas of inquiry focus on labor processes in agriculture and the structural conditions of production. In the broader context of agricultural and livestock decline, this research highlights community work as a longstanding labor practice that facilitates the development of critical infrastructure for agricultural activities—such as road construction and maintenance, irrigation projects, and access to essential water and electricity services. The continuity of agricultural production in the highlands of the Quebrada de Humahuaca is sustained by these collective labor practices. Where such practices weaken, productive activities tend to disappear, and rural areas face depopulation. Emerging socio-spatial mobility dynamics have enabled agricultural continuity despite urban migration trends, with producers and their families maintaining permanent residences in urban centers while sustaining rural production. In parallel, there is an increasing tendency toward specialization, where production units now focus on either agriculture or livestock, diverging from the traditional mixed-use model. The originality of this research lies in its ethnographic approach within understudied productive areas of the Quebrada de Humahuaca. By examining labor processes and production conditions, the study uncovers new conceptual categories that contribute to a deeper understanding of agricultural continuity in the region.

Neste artigo, são analisadas as características da atividade agropecuária na Quebrada de Humahuaca e são discutidas diferentes linhas de pesquisa sobre a mudança agrária na região. Foram utilizadas metodologias de pesquisa qualitativa, incluindo o estudo de diagnósticos produtivos, a geração e análise de fontes primárias de informação (como registros etnográficos) e a concepção e aplicação de entrevistas com produtores agropecuários. A pesquisa teve como eixos os processos de trabalho na atividade agrícola e as condições objetivas de produção. Em um contexto geral de retração da atividade agrícola e pecuária, os resultados desta pesquisa apontam o trabalho comunitário como uma forma de trabalho de longo prazo que viabiliza obras de infraestrutura para a atividade agropecuária, como a abertura e a manutenção de estradas, a construção de sistemas de irrigação e a implementação de serviços básicos de água e eletricidade. A continuidade produtiva nas terras altas da Quebrada de Humahuaca depende do exercício dessas formas de trabalho e, quando essas práticas se enfraquecem, as atividades produtivas tendem a desaparecer e os territórios rurais, a se despovoar. Além disso, registram-se novas dinâmicas ligadas às mobilidades socioespaciais, que permitem a continuidade produtiva no campo, ainda que o produtor e sua família residam permanentemente em áreas urbanas. Paralelamente a esses processos, observa-se uma tendência de especialização das unidades produtivas em atividades agrícolas ou pecuárias, que antes eram praticadas de forma combinada. A originalidade desta pesquisa reside no trabalho etnográfico em áreas produtivas pouco estudadas da Quebrada de Humahuaca, evidenciando novas categorias que emergem do estudo dos processos de trabalho e das condições de produção, a fim de compreender a continuidade agrícola.