De empleados/as a prestadores: El turismo como estrategia de territorialización del pueblo mapuce en Huechulafquen, jurisdicción del Parque Nacional Lanín (Neuquén, Argentina)

Abstract

Desde la introducción del turismo en la región andina en 1930 se ha configurado un escenario de territorialidades superpuestas: estatal, a través de la presencia de la Administración de Parques Nacionales, e indígena, por las comunidades del pueblo mapuce preexistentes al Estado argentino. La hegemonía de una visión corporativa e institucional fue congruente con el avance del turismo como actividad generadora de ingresos económicos. Como contrapartida, dio lugar a otras formas de organización turística comunitaria. A principios del siglo XX, el reconocimiento internacional de los derechos indígenas avanzó hacia el comanejo, una práctica política entre el pueblo mapuce y el Parque Nacional Lanín que habilitó la gestión conjunta del territorio pero además permitió el protagonismo mapuce en el turismo. El trabajo analiza la práctica del turismo como estrategia de territorialización de las comunidades mapuce Raquithue y Lafkence1 en la Cuenca Huechulafquen2, jurisdicción del Parque Nacional Lanín (Neuquén), desde fines del siglo XX hasta diciembre 2023.El proceso de análisis incluyó trabajo de campo, observación participante, recuperación de historias de vida y entrevistas a los/as protagonistas.En los hallazgos se reconoció al turismo como estrategia de territorialización indígena y al trabajo no como mercancía, sino como una práctica de producción y reproducción material/inmaterial de las comunidades. El concepto de estrategia permitió destacar el carácter de sujetos y la capacidad de agencia de las comunidades en Huechulafquen. Se reconocieron tres generaciones con involucramiento en el turismo que pasaron de trabajar como empleados en prestaciones privadas a ser prestadores turísticos comunitarios.

Desde 1930, quando o turismo foi introduzido na região andina, configurou-se um cenário de territorialidades sobrepostas: estatal, através da presença da Administração de Parques Nacionais, e indígena, pelas comunidades mapuce pré-existentes ao Estado argentino. A hegemonia de uma visão corporativa e institucional do território foi coerente com o avanço do turismo como atividade geradora de rendimentos económicos. Em troca, deu origem a outras formas de organização do turismo comunitário. No início do século XX, o reconhecimento internacional dos direitos indígenas avançou para a cogestão, uma prática política entre o povo Mapuce e o Parque Nacional Lanín que permitiu a gestão conjunta do território, mas também permitiu o protagonismo Mapuce no turismo.O trabalho analisa a prática do turismo como estratégia de territorialização das comunidades Mapuce Raquithue e Lafkence na Bacia Huechulafquen, jurisdição do Parque Nacional Lanín (Neuquén), desde o final do século XX até dezembro de 2023. O processo de análise incluiu trabalho de campo, observação participante, recuperação de histórias de vida e entrevistas com os protagonistas. Nas conclusões, o turismo foi reconhecido como estratégia de territorialização indígena e o trabalho não como mercadoria, mas como prática de produção e reprodução material/imaterial das comunidades. O conceito de estratégia permitiu destacar o caráter dos sujeitos e a capacidade de agência das comunidades de Huechulafquen. Foram reconhecidas três gerações com envolvimento no turismo que passaram de funcionárias de serviços privados a prestadoras de turismo comunitário.

. Since 1930, when tourism was introduced in the Andean region, a scenario of overlapping territorialities has been established: state-driven through the presence of the National Parks Administration and indigenous represented by the mapuce communities existing prior to the Argentine state. The hegemony of a corporate and institutional vision of the territory was consistent with the advance of tourism as an activity that generates economic income. In return, it gave rise to other forms of community-based tourism organization. At the beginning of the 20th century, international recognition of indigenous rights advanced towards co-management, a political practice between the Mapuce people and the Lanín National Park that enabled joint management of the territory but also allowed the Mapuce to play a leading role in tourism. The work analyzes the prac-tice of tourism as a territorialization strategy of the Raquithue and Lafkence Mapuce communities in the Huechulafquen Basin, jurisdiction of the Lanín National Park (Neuquén), from the end of the 20th century to December 2023. The analysis process included fieldwork, participant observation, recovery of life stories and interviews with the protagonists. The findings recognized tourism as an indigenous territorialization strategy and work not as a commodity, but as a practice of material/immaterial production and reproduction of the communities. The concept of strategy allowed to highlight the character of subjects and the capacity of agency of the communities in Huechulafquen. Three generations were recognized with involvement in tourism that went from working as employees in private services to being community tourism providers.