Artículo
En este texto pretendo recuperar el lugar del horror y de la sensualidad en literatura de ficción y en diversas situaciones de mis investigaciones. La cuestión principal que busco indagar es: ¿cómo ser fiel a la voz de nuestros interlocutores cuando estos nos generan rechazo? Muchas veces, al vivenciar sus mundos debemos mirar hacia otro lado porque aquello nos produce malestar o resulta insoportable, pero al mismo tiempo captan nuestra atención. Paradojas como éstas podrían pensarse como quién «baila con el enemigo». Lejos de eso, diré que no se trata de cuestiones meramente «metodológicas», sino que implica una apuesta política y epistemológica para comprender mejor el mundo de las violencias y violaciones cometidas, porque como etnógrafos por más distancia analítica que establezcamos, de algún modo u otro nos alcanzan y repercuten. Luego, de la cuestión principal se desprende otra: ¿de qué manera lidiar con el malestar de esas voces en la etnografía? Me interesa reflexionar sobre la textualización-etnográfica y literaria-de estos mundos, porque quienes pesquisamos muertes crueles (linchamientos) o territorios turbulentos (prisiones) como los aquí retratados, solemos producir cierta fascinación en la construcción estética de nuestras etnografías. Para finalizar, observaré dos riesgos muy costosos a costa de fascinar: fetichizar la violencia e higienizar la política. In this text I intend to recover the place of horror and sensuality in fiction literature and in different situations of my research. The main question I seek to investigate is: how to be faithful to the voice of our interlocutors when they generate rejection? Many times, when we experience their worlds, we must look away because they make us feel uncomfortable or unbearable, but at the same time they capture our attention. Paradoxes like these could be thought of as ‘dancing with the enemy’. Far from that, I will say that these are not merely ‘methodological’ questions, but imply a political and epistemological bet to better understand the world of violence and violations committed, because as ethnographers, no matter how much analytical distance we establish, in one way or another they reach us and have repercussions. Then, from the main question follows another one: how to deal with the discomfort of these voices in ethnography? I am interested in reflecting on the textualization - ethnographic and literary - of these worlds, because those of us who investigate cruel deaths (lynchings) or turbulent territories (prisons) such as those portrayed here, tend to produce a certain fascination in the aesthetic construction of our ethnographies. To conclude, I will note two very costly risks at the cost of fascination: fetishizing violence and sanitizing politics. Neste texto, pretendo recuperar o lugar do horror e da sensualidade na literatura de ficção e em várias situações de minha pesquisa. A principal questão que busco investigar é: como podemos ser fiéis à voz de nossos interlocutores quando sentimos repulsa por eles? Muitas vezes, quando vivenciamos seus mundos, temos de desviar o olhar porque eles nos fazem sentir desconfortáveis ou insuportáveis, mas, ao mesmo tempo, captam nossa atenção. Paradoxos como esses poderiam ser considerados como “dançar com o inimigo”. Longe disso, direi que essas não são questões meramente “metodológicas”, mas implicam um compromisso político e epistemológico para entender melhor o mundo da violência e as violações cometidas, porque, como etnógrafos, por mais distância analítica que estabeleçamos, de uma forma ou de outra elas nos alcançam e têm repercussões. Então, a partir da pergunta principal, segue-se outra: como lidar com o incômodo dessas vozes na etnografia? Interessa-me refletir sobre a textualização - etnográfica e literária - desses mundos, pois aqueles de nós que investigam mortes cruéis (linchamentos) ou territórios turbulentos (prisões) como os aqui retratados tendem a produzir certo fascínio na construção estética de nossas etnografias. Para concluir, observarei dois riscos muito caros à custa do fascínio: fetichizar a violência e higienizar a política.
Un poco de cariño: Horror y sensualidad en relatos etnográficos
Título:
A little bit of caress: Horror and sensuality in ethnographic reports;
Um pouco de carinho: Horror e sensualidade em relatos etnográficos
Um pouco de carinho: Horror e sensualidade em relatos etnográficos
Fecha de publicación:
12/2024
Editorial:
Associação Brasileira de Antropologia
Revista:
Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology
ISSN:
1809-4341
Idioma:
Español
Tipo de recurso:
Artículo publicado
Clasificación temática:
Resumen
Archivos asociados
Licencia
Identificadores
Colecciones
Articulos(IDACOR)
Articulos de INSTITUTO DE ANTROPOLOGIA DE CORDOBA
Articulos de INSTITUTO DE ANTROPOLOGIA DE CORDOBA
Citación
Blázquez, Nahuel Adrián; Un poco de cariño: Horror y sensualidad en relatos etnográficos; Associação Brasileira de Antropologia; Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology; 21; e211005; 12-2024; 1-16
Compartir
Altmétricas