Disputas curriculares y diferencia sexual: Argentina en 40 años de democracia

Abstract

El artículo se propone a recuperar una serie de discusiones que hemos desarrollado en torno del estudio del currículum a partir de la teorización postestructuralista y categorías del Análisis Político del Discurso (APD). Esta perspectiva se desarrolla en base a una concepción postestructuralista de lo social, del carácter ontológico de lo político, una mirada discursiva de la concepción gramsciana de la hegemonía y una incorporación sociopolítica de los desarrollos del psicoanálisis sobre la subjetividad. A partir de ello, nos proponemos dar cuenta de ese horizonte de inteligibilidad en una investigación sobre la diferencia sexual, sus diálogos con el currículum y su interpelación en el colectivo docente de la provincia de Buenos Aires (Argentina) en la transición entre los siglos XX y XXI. Para ello, tomaremos al significante “educación sexual” para identificar diferentes disputas que se sucedieron en los diversos discursos educativos y curriculares, particularmente en los niveles Inicial y Primario. Partiremos de una caracterización del período en el que tiene lugar una puja de dos procesos constantes, antagonistas y de mutua impugnación: una corriente de democratización y otra corriente de restricción conservadora. Allí se produjeron disputas en torno a significantes como democratización, modernización y formación integral, procurando que el discurso educacional contuviera sus prácticas y perspectivas, que, al nombrar lo moderno y democrático, los nombrara cobrando la forma de una diversidad de propuestas de formación, iniciativas y experiencias alternativas al sistema educativo existente por parte de sectores conservadores y otros más democratizadores. Para ello se indagará en fuentes documentales (diseños curriculares, documentos orientativos para la acción escolar, materiales de debate), así como entrevistas a actores claves. Con el foco en esas tendencias en disputa, analizaremos los discursos que fueron tematizando la diferencia sexual, configurando una propuesta de educación sexual en el período de reapertura democrática, del que – en este momento – se están cumpliendo 40 años.

The article aims to recover a series of discussions that we have developed around the study of the curriculum based on poststructuralist theorizing and categories of Political Discourse Analysis (PDA). This perspective is developed on the basis of a poststructuralist conception of the social, the ontological character of the political, a discursive view of the Gramscian conception of hegemony and a sociopolitical incorporation of the developments of psychoanalysis on subjectivity. On this basis, we propose to account for this horizon of intelligibility in a research on sexual difference, its dialogues with the curriculum and its interpellation in the teaching collective of the province of Buenos Aires (Argentina) in the transition between the twentieth and twenty-first centuries. For this purpose, we will take the signifier "sex education" to identify different disputes that took place in the different educational and curricular discourses, particularly in the Initial and Primary levels. We will start from a characterization of the period in which there is a struggle between two constant, antagonistic and mutually contested processes: one current of democratization and another current of conservative restriction. There, disputes arose around signifiers such as democratization, modernization and comprehensive education, trying to ensure that the educational discourse contained their practices and perspectives, that by naming the modern and democratic, it named them, taking the form of a diversity of training proposals, initiatives and alternative experiences to the existing educational system, by conservative sectors and other more democratizing ones. For this purpose, documentary sources (curricular designs, school action guidance documents, debate materials) will be researched, as well as interviews to key actors. Focusing on these disputed tendencies, we will analyze the discourses that were thematizing sexual difference, configuring a sexual education proposal in the period of democratic reopening, which -at this moment- is celebrating its 40th anniversary.

O artigo tem como objetivo recuperar uma série de discussões que desenvolvemos em torno do estudo do currículo com base na teorização pós-estruturalista e nas categorias da Análise do Discurso Político (ADP). Essa perspectiva é desenvolvida com base em uma concepção pós- estruturalista do social, no caráter ontológico do político, em uma visão discursiva da concepção gramsciana de hegemonia e em uma incorporação sociopolítica dos desenvolvimentos da psicanálise sobre a subjetividade. Com base nisso, propomos dar conta desse horizonte de inteligibilidade em uma investigação sobre a diferença sexual, seus diálogos com o currículo e sua interpelação no coletivo docente da província de Buenos Aires (Argentina) na transição entre os séculos XX e XXI. Para isso, tomaremos o significante “educação sexual” a fim de identificar diferentes disputas que ocorreram nos diferentes discursos educacionais e curriculares, particularmente nos níveis inicial e primário. Partiremos de uma caracterização do período em que há uma luta entre dois processos constantes, antagônicos e mutuamente contestados: uma corrente de democratização e outra corrente de restrição conservadora. Ali, houve disputas em torno de significantes como democratização, modernização e educação integral, na tentativa de garantir que o discurso educacional contivesse suas práticas e perspectivas, que, ao nomear o moderno e o democrático, nomeasse-os, assumindo a forma de uma diversidade de propostas de formação, iniciativas e experiências alternativas ao sistema educacional existente por parte de setores conservadores e outros mais democratizantes. Para tanto, serão utilizadas fontes documentais (projetos curriculares, documentos de orientação para a ação escolar, materiais de debate), bem como entrevistas com atores-chave. Com foco nessas tendências em disputa, analisaremos os discursos que tematizavam a diferença sexual, configurando uma proposta de educação sexual no período de reabertura democrática, que agora comemora seu 40º aniversário.