Producción de la naturaleza y (re)configuración de relaciones entre poblaciones humanas y no humanas en el Parque Nacional Islas de Santa Fe, Argentina (2010-2023)

Abstract

En este artículo analizamos la producción de la naturaleza y (re)configuración de relaciones entre poblaciones humanas y no humanas en el Parque Nacional Islas de Santa Fe (Argentina) entre 2010 y 2023. Nos preguntamos sobre las tramas institucionales dentro de contextos sociopolíticos particulares y sus cambios y continuidades a lo largo del tiempo, explorando también las derivas políticas que relacionan humanos y no humanos en el área protegida, los sentidos que asumen, las prácticas que impulsan y aquellas que excluyen. Desde el marco conceptual de la ecología política latinoamericana, con un enfoque crítico que articula las disputas sobre las formas de apropiación del ambiente desde un análisis centrado en las relaciones de poder, abordamos la conservación de la naturaleza no sólo como un proceso ecológico sino también como un proceso político que involucra el gobierno de los territorios y de las poblaciones humanas y no humanas por medio de tecnologías de poder que configuran territorios y relaciones sociales. A partir del análisis cualitativo de los datos producidos identificamos dos etapas con diferencias sustantivas entre sí: un primer período de creación y control (2010-2019) caracterizado por un modelo de conservación estricta con exclusión de poblaciones humanas (y de poblaciones no humanas contrarias al imaginario moderno sobre cómo debería ser la naturaleza en el Parque Nacional Islas de Santa Fe), y un segundo período de autonomización y vinculación (2020-2023) orientado al desarrollo de acciones para organizar la coexistencia humana y sus relaciones con el ambiente bajo nuevas lógicas de vinculación.

In this article, we analyze the production and the political dynamics between human and non-human population in Islas de Santa Fe National Park, Argentina (2010-2023). Our research focuses on the institutional frameworks within singular sociopolitical contexts, examining their changes and continuities over time, as well as the political dynamics that link humans and non-humans in the protected area, their meanings, the social practices that are promoted and the ones that are neglected. Through the conceptual framework of Latin-American political ecology (whose approach critically articulates the struggles between multiples forms of appropriation of nature with a focus on power asymmetries historically shaped), we approach conservation of nature as an ecological process but also as a political one that involves the governance of territories and human and non-human populations through technologies of power that shape territories and social dynamics. Through qualitative data analysis, we identified two distinct phases: the first period (2010-2019) was characterized by a strict conservation model with the exclusion of human populations (as well as non-human populations contrary to the modern imaginary of what nature is in the Parque Nacional Islas de Santa Fe should be), and the second period (2020-2023) was oriented towards the development of institutional actions to organize human coexistence and their relationships with the environment under new engagement logics.

Neste artigo analisamos a produção da natureza e a (re)configuração das relações entre populações humanas e não humanas no Parque Nacional Islas de Santa Fe (Argentina) entre 2010 e 2023. Perguntamos sobre os marcos institucionais dentro de contextos sociopolíticos particulares e as suas mudanças e continuidades ao longo do tempo, explorando também as derivas políticas que relacionam humanos e não humanos na área protegida, os significados que assumem, as práticas que promovem e aquelas que excluem. A partir do arcabouço conceitual da ecologia política latino-americana, com uma abordagem crítica que articula as disputas pelas formas de apropriação do meio ambiente a partir de uma análise focada nas relações de poder, abordamos a conservação da natureza não apenas como um processo ecológico, mas também como um processo político que envolve o governo dos territórios e das populações humanas e não humanas através de tecnologias de poder que moldam os territórios e as relações sociais. A partir da análise qualitativa dos dados produzidos, identificamos duas fases com diferenças substantivas entre si: um primeiro período de criação e controlo (2010-2019) caracterizado por um modelo de conservação rigoroso com exclusão de populações humanas (e populações não humanas ao contrário ao imaginário moderno sobre como deveria ser a natureza no Parque Nacional Islas de Santa Fe), e um segundo período de autonomização e vinculação (2020-2023) orientado ao desenvolvimento de ações para organizar a convivência humana e sua relações com o meio ambiente sob novas lógicas de vinculação.