Gozar en el Poema (c. 1970-2009): Poesía Argentina y Disimilación

Abstract

Si el género es, como afirma Teresa de Lauretis (1987), un efecto semiótico, no hay duda de que la poesía es una poderosa tecnología, un campo donde dicha noción (el género) puede ser tensionada, torsionada y desarmada hasta los límites del lenguaje. Pensar la poesía como tecnología de género significará entonces, leer sus modos de producir efectos que refrendan o discuten, más o menos frontalmente, los perímetros de lo que la masculinidad y la feminidad significan o habilitan en cada momento; habitar el estado de la pregunta. Desde esta óptica, la irrupción del goce homoerótico en el panorama argentino, en los 80, puede leerse, a través de un corpus de poemas de Osvaldo Lamborghini, Néstor Perlongher, Miguel Ángel Lens y Ioshua (Josué Marcos Belmonte), más como mecanismo de disimilación que como síntoma de la liberación sexual institucionalizada que se produce por la misma época.

If gender is, as Teresa de Lauretis (1987) affirms, a semiotic effect, there is no doubt that poetry is a powerful technology, a field where gender can be stretched, twisted and disarmed to the limits of language. Thinking about poetry as a gender technology means, then, reading its ways of producing effects that endorse or discuss, more or less frontally, the perimeters of what masculinity and femininity mean or enable at each moment; inhabit the state of the question. From this perspective, the emergence of homoerotic pleasure on the Argentine scene in the 1980s can be read, through a corpus of poems by Osvaldo Lamborghini, Néstor Perlongher, Miguel Ángel Lens and Ioshua (Josué Marcos Belmonte), more as a mechanism of dissimilation than as a symptom of the institutionalized sexual liberation that occurred around the same time.

Se o gênero é, como afirma Teresa de Lauretis (1987), um efeito semiótico, não há dúvida de que a poesia é uma poderosa tecnologia, um campo onde essa noção (o gênero) pode ser tensionada, torcida e desarmada até os limites da linguagem. Pensar a poesia como tecnologia de gênero significará, então, ler seus modos de produzir efeitos que reforçam ou questionam, de forma mais ou menos frontal, os limites do que a masculinidade e a feminilidade significam ou permitem em cada momento; habitar o estado da pergunta. Sob essa ótica, a irrupção do gozo homoerótico no panorama argentino, nos anos 80, pode ser lida, através de um corpus de poemas de Osvaldo Lamborghini, Néstor Perlongher, Miguel Ángel Lens e Ioshua (Josué Marcos Belmonte), mais como um mecanismo de dissimilação do que como um sintoma da liberação sexual institucionalizada que ocorre na mesma época.