De tránsitos, esperas y temporalidades: Experiencias de mujeres que desarrollan acogimiento familiar (Buenos Aires, Argentina)

Abstract

El objetivo de este artículo es explorar los procesos de construcción del parentesco en el marco de las prácticas de acogimiento familiar desarrolla-das por una ONG en la zona noroeste del Gran Buenos Aires, Argentina. A partir del trabajo de campo que realizamos con mujeres que actualmente ejercen esta tarea, analizamos las formas en que ellas lidian con los presupuestos de un modelo normativo de familia y con ello contribuyen a tensar o reificar los límites prácticos y conceptuales del parentesco. Desde una perspectiva socio--antropológica, enfocamos en los sentidos sobre la transitoriedad del cuidado ya que ello permite examinar y problematizar los procesos de gestión de la parentalidad y de producción de arreglos familiares orientados a redistribuir status parentales. El carácter transitorio de este cuidado brindado a niños ubicados temporalmente en familias con las cuales no tienen vínculo biológico ni jurídico representa un núcleo de sentido que nos lleva a organizar el análisis en dos dimensiones concretas: por un lado, la forma en que estas mujeres se preparan para el momento en que deben separarse de los niños que alojan y, por otro, las posibilidades que encuentran para habilitar la coexistencia de diversos vínculos significativos para ellos.

O objetivo deste artigo é explorar os processos de construção de parentesco no contexto das práticas de acolhimento familiar desenvolvidas por uma ONG na área noroeste da Grande Buenos Aires, Argentina. Com base no trabalho de campo que realizamos com as mulheres que atualmente executam essa tarefa, analisamos as maneiras pelas quais elas lidam com os pressupostos de um modelo normativo de família e, assim, contribuem para tensionar ou reificar os limites práticos e conceituais do parentesco. De uma perspectiva socioantropológica, concentramo-nos nos significados da transitoriedade do cuidado, pois isso nos permite examinar e problematizar os processos de gestão parental e a produção de arranjos familiares destinados a redistribuir o status parental. O caráter transitório desse cuidado prestado a crianças colocadas temporariamente em famílias com as quais não têm vínculos biológicos ou legais representa um núcleo de sentido, que nos leva a organizar a análise em duas dimensões específicas: por um lado, a maneira como essas mulheres se preparam para o momento em que devem se separar das crianças que abrigam e, por outro, as possibilidades que encontram para permitir a coexistência de diversos vínculos que são significativos para elas.

The aim of this article is to explore the processes of kinship construction in the context of family fostering practices developed by an NGO in the northwestern area of Greater Buenos Aires, Argentina. Based on the fieldwork we carried out with women who currently perform this task, we analyze the ways in which they deal with the assumptions of a normative model of family and thus contribute to tighten or reify the practical and conceptual limits of kinship. From a socio-anthropological perspective, we focus on the meanings of the transitory nature of care, as this allows us to examine and problematize the processes of parental management and the production of family arrangements aimed at redistributing parental status. The transitory nature of this care provided to children temporarily placed in families with whom they have no biological or legal ties represents a core of meaning that leads us to organize the analysis in two specific dimensions: on the one hand, the way in which these women prepare themselves for the moment when they must separate from the children they house and, on the other hand, the possibilities they find to enable the coexistence of different ties that are meaningful to them.