¿Qué clase obrera hoy?: Debates teóricos y dilemas conceptuales

Abstract

A contramano de los pronósticos que decretaron su desaparición, el objetivo de este artículo es reponer el problema planteado por la conceptualización de la clase obrera en las condiciones actuales. A lo largo de los primeros apartados, nos interesamos entonces por los enfoques teóricos que resistiendo la tesis del fin del proletariado se preocupan por proponer categorías y análisis destinados a dar cuenta de las mutaciones y reconfiguraciones que lo afectan en la fase actual del capitalismo. En este recorrido, sistematizamos las propuestas de una serie de autores, agrupándolas en cuatro tesis principales: la del nuevo proletariado global integrado por todas las formas de trabajo y sumisión; la del precariado como nueva clase social; la de una ampliación del proletariado que incorpore las formas de explotación por desposesión y las tareas reproductivas; la de una ampliación de la clase obrera según el criterio de la venta de la fuerza de trabajo. En la última sección, realizamos un balance, identificamos algunos de los callejones sin salida y de los dilemas teóricos que suscitan estos abordajes y ponemos en valor las vías de análisis que consideramos indispensables para abordar la cuestión de la definición de la clase obrera, en su relación antagónica con el capital, pero también respecto de su relación con otras clases populares.

Contrary to the forecasts that decreed the disappearance of the working class, the objective of this article is to address the problem posed by its conceptualization in current conditions. Throughout the first sections, we are then interested in theoretical approaches that, although they resist the thesis of the end of the proletariat, propose categories and analyzes aimed at explaining the mutations and reconfigurations that affect the proletariat in the current phase of capitalism. In this itinerary we systematize the proposals of a series of authors, grouping them into four main theses: the new global proletariat on all forms of work and submission; the precariat as a new social class; the expansion of the proletariat that incorporates forms of exploitation through dispossession and reproductive tasks; the expansion of the working class according to the criterion of the sale of labor power. In the last section we propose a balance, we identify some of the dead ends and theoretical dilemmas that these approaches imply and we highlight some lines of analysis that we consider essential to address the question of the definition of the working class, in its antagonistic relationship with capital, but also regarding its relationship with other popular classes.

Contrariamente às previsões que decretavam o seu desaparecimento, o objectivo deste artigo é substituir o problema colocado pela conceptualização da classe trabalhadora nas condições actuais. Ao longo das primeiras seções, interessamo-nos então por abordagens teóricas que, ao mesmo tempo que resistem à tese do fim do proletariado, se preocupam em propor categorias e análises que visam dar conta das mutações e reconfigurações que o afetam na atual fase do capitalismo. Nesta jornada sistematizamos as propostas de uma série de autores, agrupando-as em quatro teses principais: a do novo proletariado global composto por todas as formas de trabalho e submissão; a do precariado como nova classe social; a de uma expansão do proletariado que incorpora formas de exploração através da desapropriação e de tarefas reprodutivas; e a de uma expansão da classe trabalhadora segundo o critério da venda de força de trabalho. Na última secção, fazemos um balanço, identificamos alguns dos becos sem saída e dilemas teóricos que estas abordagens suscitam, e destacamos as vias de análise que consideramos essenciais para abordar a questão da definição da classe trabalhadora, na sua relação antagónica com o capital, mas também no que diz respeito à sua relação com outras classes populares.