Trajetórias de trabalhadores italianos: Redes sociais familiares em contextos transnacionais (1895-1960)

Abstract

Um lugar: Biella, Itália. Um momento: 1924. Os personagens: uma família decamponeses. Histórias individuais que ilustram uma longa trajetória de algumas das famíliasque se aventuraram a fazer seu caminho para a América. Histórias individuais que estãorelacionadas à família e que nos permitem reconstruir histórias de grupo. Não foram asúnicas; não foram selecionadas para representar outras, nem foram usadas para descrevercomo típicas, mas foram escolhidas exatamente como histórias familiares e anedotas. Elastrazem à luz as diferentes opções, oportunidades e escolhas que os imigrantes tiveram queenfrentar. Mostra-se também os laços complexos e variados entre as pessoas, as sensações e ocurso das informações, que o processo migratório gerou e começou a funcionar. Estas vidasnão só mostram a migração familiar, mas também o outro caminho da trama. Não a tapeçariaacabada como produto final, mas os fios e pontos que só podem ser apreciados se a virarmosde cabeça para baixo e olharmos cuidadosamente para ela. Não será provavelmente o maisbonito e fino, mas será aquele que nos permitirá perceber a família, os amigos, a partida, oreencontro e uma nova conformação de sociabilidade que explica em parte, de fato, asociedade contraditória do século 20.Neste documento, queremos reorganizar o impacto que as características culturais e sociais de diferentes países podem ter sobre a fisionomia de um grupo de pessoas que era muito homogêneo desde sua origem. O ponto de partida é o estudo dos itinerários das famílias de Biella (no Piemonte italiano) para diferentes destinos: Argentina, Estados Unidos da América, França e África, de 1895 a 1960