Los vicios periodísticos de corte patriarcal en los encuadres noticiosos sobre femicidios

Abstract

Las noticias periodísticas ofrecen una visión particular del mundo a partir de estrategias discursivas que buscan plasmar sentidos específicos afines a los objetivos que persiguen. Así, lejos de las posiciones objetivistas, en este trabajo se subraya el rol de los/as periodistas como actores políticos (Borrat, 1999) que interpretan, recortan y enfatizan ciertos aspectos de una realidad percibida al momento de darla a conocer a sus audiencias (Entman, 2003). En esa línea, el objetivo es presentar una matriz para el análisis de los encuadres noticiosos sobre femicidios a partir de una triangulación teórico-metodológica que se considera innovadora para analizar las prácticas periodísticas específicas que refuerzan las visiones patriarcales en las noticias sobre esa problemática social. Además del desarrollo y de la fundamentación de las decisiones metodológicas, el instrumento se pone a prueba en el análisis de las 66 noticias sobre femicidios publicadas por dos medios de comunicación tradicionales en línea de Argentina, Clarín y Diario de Cuyo, durante 2019. Entre los resultados se destaca que los encuadres noticiosos sobre femicidios dan cuenta de las decisiones periodísticas que contribuyen a perpetuar el fenómeno estructural de las violencias de género y a reforzar el orden patriarcal, en lugar de interpelar a las audiencias y favorecer la acción disruptiva. Se advierte asimismo que las miradas que se ofrecen sobre las violencias contra las mujeres son superficiales y, por ende, las propuestas de solución resultan eminentemente vacías de sentido.

Journalistic news offers a particular view of the world based on discursive strategies aimed at shaping specific meanings in relation to the goals they pursue. Far from objectivist positions, this paper emphasizes the role of journalists as political actors (Borrat, 1999) who interpret, excise and highlight certain aspects of a perceived reality when sharing it to their audiences (Entman, 2003). In this sense, the objectives are to present a matrix for the analysis of media frames on femicide based on a theoretical-methodological triangulation that is considered innovative and to analyze the specific journalistic practices that reinforce patriarchal notions in the news about femicide. In addition to developing and justifying the methodological choices, the tool is tested in the analysis of the 66 news pieces about femicide that were published by two traditional online media in Argentina, Clarín and Diario de Cuyo, in 2019. Among the results, it is highlighted that the media framing of femicide shows journalistic decisions that contribute to perpetuate the structural phenomenon of gender violence and reinforce the patriarchal order, instead of questioning the audiences and promoting disruptive actions. Moreover, the views offered on violence against women are found to be superficial and the proposed solutions are therefore completely devoid of meaning.

As notícias oferecem uma visão particular do mundo com base em estratégias discursivas que visam capturar significados específicos de acordo com os objetivos que perseguem. Assim, longe de posições objectivistas, este trabalho enfatiza o papel dos jornalistas enquanto atores políticos (Borrat, 1999) que interpretam, recortam e enfatizam determinados aspectos de uma realidade percebida ao dá-la a conhecer às suas audiências (Entman, 2003). Nesta linha, os objetivos são apresentar uma matriz de análise dos enquadramentos midiáticos dos femicídios com base numa triangulação teórico-metodológica que se considera inovadora e analisar as práticas jornalísticas específicas que reforçam as visões patriarcais nas estas notícias. Além do desenvolvimento e da fundamentação das decisões metodológicas, o instrumento é testado na análise de 66 notícias sobre femicídios publicadas por dois midias online tradicionais da Argentina, Clarín e Diario de Cuyo, durante 2019. Entre os resultados, destaca-se que o enquadramento mediático dos femicídios revela decisões jornalísticas que contribuem para perpetuar o fenómeno estrutural da violência de gênero e para reforçar a ordem patriarcal, em vez de questionar as audiências e favorecer uma ação disruptiva. Além disso, observa-se que as visões oferecidas sobre a violência contra as mulheres são superficiais e, portanto, as soluções propostas são eminentemente sem sentido.