Aristóteles, escravidão e humanidade na Grécia clássica

Abstract

A análise de Aristóteles sobre keia nomon doulos kai douleuon é interpretada como um medo de um tipo de escravidão que implica na perda da condição grega da humanidade: o direito de cidadania e sua garantia da liberdade. Isto é ligado às mudanças no conceito prático de homem, que permite ver aos gregos e aos bárbaros como naturalmente semelhantes, mas diferentes conforme a lei. Assim, os seres humanos não apresentam nenhuma diferença biológica. A similaridade entre o grego e o bárbaro aparece junto com o desenvolvimento da escravidão pela lei daqueles que naturalmente não a merecem. Esta escravidão é o produto da imposição da mais forte entre aqueles que até aí guerreiam e considerariam iguais; assim, o primeiro domina e escraviza aos outros por meio da escravidão pela lei.

Aristotle’s analysis of kata nomon doulos kai douleuon is interpreted as a fear of enslavement that implies the loss of the Greek humanity based on citizen right and freedom. This is linked to changes in the practical concept of man, which allowed Greeks and barbarians to be seen as equal by nature but different by law. So, the exponents of human beings do not present any biological difference. The similarity of Greeks and barbarians appears together with the development of slavery by law of those who do not deserve it by nature. This slavery arises from the imposition of the strongest over those who considered themselves equals up to war; so the former dominated and coerced the latter through slavery by law.