Sobre uma possível definição do Bildungsroman

Abstract

Se trata de un artículo sobre la novela de formación o Bildungsroman donde se propone una crítica de los usos "postmodernos" del término en cuanto etiqueta clasificatoria. Se pone hincapié en aspectos de la recepción del género en Brasil.

Há duas desvantagens no uso do termo Bildungsroman. Por um lado, nenhuma das obras tradicionalmente consideradas Bildungsromane se encaixa na concepção de uma integração harmoniosa do indivíduo na sociedade. Por outro, trata-se de um rótulo que parece se aplicar a praticamente qualquer produto cultural que tenha um adolescente como protagonista. Aqui, procuraremos superar essas duas posições extremas delimitando o que chamamos de sistema Bildungs/ Anti-Bildungsroman em relação ao macrogênero mais abrangente do romance “evolutivo”. O pressuposto para isso é que, no primeiro caso, uma competência genérica de um leitor mais especializado é ativada e é isso que permite ao receptor vincular a obra dada ao seu hipotexto, Wilhelm Meister, de J. W. Goethe. Essa dependência de uma obra fundamental, que apenas um certo tipo de receptor está em posição de reconhecer, é assim elevada, juntamente com a premissa da historicidade e da “germanidade” do “sistema”, a um critério central.

There are two disadvantages to using the term Bildungsroman. On the one hand, none of the works traditionally considered Bildungsromane really fit the concept of a harmonious integration of the individual into society. On the other hand, this is a label that, in recent decades, seems to apply to practically any cultural product featuring a teenager as the protagonist. Here, we will try to overcome these two extreme positions by delimiting what we prefer to call the Bildungs/ Anti-Bildungsroman system in relation to the broader macro-genre of the developmental novel. The assumption for this is that in the first case, a generic competence of a more specialised reader is activated and it is this that allows the recipient to link the given work to its hypotext, J. W. Goethe’s Wilhelm Meister. This dependence on a fundamental work, which only a certain type of recipient is in a position to recognise, is thus elevated, along with the premise of the historicity and “Germanness” of the “system”, to a central criterion.