Tiempo y trabajo en la Argentina contemporánea: entre lo público cuestionado y lo común fragmentado

Abstract

Bajo el interés general de analizar la (re)orientación de los términos y principios desde los cuales se define la disputa política por el sentido y legitimidad de las políticas sociales en la Argentina actual, a partir de la reconstrucción de los modos de problematización de las relaciones entre trabajo, condiciones de vida y política social, el artículo presenta los resultados de una investigación cualitativa basada en grupos focales con distintas categorías de trabajadores/as representativas del mundo laboral en Argentina, realizada entre 2022 y 2023. La relevancia de tales problemas estriba en que expresan principios valorativos y categorías de percepción que organizan el sentido común en torno a la relación Estado-sociedad y, en consecuencia, participan de la producción de las estructuras y el tipo de lazos que organizan la vida social. Para este artículo se seleccionaron ex profeso dos sectores de trabajadores/as no asalariados/as: trabajadores/as de plataformas de reparto y transporte de pasajeros y trabajadores/as de la economía social y popular los cuales dejan ver la envergadura de la crisis de la sociedad salarial en clave local. Los hallazgos revelan que es el cambio en el orden del tiempo, en la organización (krónos-horarios) y en los sentidos temporales (kairós-cómo se vive el tiempo) lo que asume un carácter explícitamente problemático. A través de tal problematización se expresan nuevas significaciones en torno a lo común sustentadas en procesos de deslegitimación de lo público que hablan de renovadas configuraciones en la producción de lo social.

No interesse geral de analisar a (re)orientação dos termos e princípios a partir dos quais se define a disputa política pelo sentido e pela legitimidade das políticas sociais na Argentina atual, a partir da reconstrução dos modos de problematização das relações entre o trabalho, condições de vida e política social, o artigo apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa baseada em grupos focais com diferentes categorias de trabalhadores representativos do mundo do trabalho na Argentina, realizada entre 2022 e 2023. A relevância de tais problemas reside em como eles expressam princípios avaliativos e categorias de percepção que organizam o senso comum em torno da relação Estado-sociedade e, consequentemente, participam da produção das estruturas e do tipo de vínculos que organizam a vida social. Para este artigo foram selecionados especificamente dois setores de trabalhadores não assalariados: os trabalhadores das plataformas de entrega e transporte de passageiros e os trabalhadores da economia social e popular, que revelam a magnitude da crise da sociedade assalariada em chave local. Os resultados revelam que é a mudança na ordem do tempo, na organização (krónos-horários) e nos significados temporais (kairós-como o tempo é vivido) que assume um carácter explicitamente problemático. Através dessa problematização, novos significados são expressos em torno do comum, apoiados em processos de deslegitimação do público que falam de configurações renovadas na produção do social.

Under the general interest in analyzing the (re)orientation of the terms and principles from which the political dispute over the meaning and legitimacy of social policies in present-day Argentina is defined, based on the reconstruction of the problematization modes of the relationships between work, living conditions, and social policy, the article presents the results of a qualitative research based on focus groups with different categories of representative workers from the labor world in Argentina, conducted between 2022 and 2023. The relevance of such issues lies in expressing evaluative principles and categories of perception that organize common sense around the State-society relationship and, consequently, participate in the production of the structures and the type of bonds that organize social life. For this article, two sectors of non-wage workers were deliberately selected: platform delivery and passenger transportation workers, and workers from the social and popular economy, which reveal the magnitude of the crisis of the salaried society at the local level. The findings reveal that it is the change in the order of time, in the organization (krónos-schedules) and in the temporal meanings (kairós-how time is lived) that assumes an explicitly problematic character. Through such problematization, new meanings about the common are expressed, supported by processes of delegitimization of the public, which speaks of renewed configurations in the production of the social.