Riesgo y territorio en la estepa nor-patagónica de la provincia de Neuquén, Argentina

Abstract

En los últimos años la investigación de la contaminación ambiental ha desembocado en un inevitable y central componente histórico-material. Identificar, relevar y reconstruir los procesos de acumulación vulnerabilidades socioambientales en articulación con la proliferación de impactos industriales y/o amenazas naturales sería imposible sin concebir la sucesión de eventos históricos cuya huella material perfila las características particulares de cada impacto y de cada territorio. Las poblaciones urbanas y rurales, como agentes directos o indirectos, forman parte de distintas estructuras de territorialización en las que las maneras de concebir y representar a un espacio (su paisaje y sus recursos) es la piedra nodal en la historia productiva y en la construcción social de los riesgos socioambientales.En el presente artículo nos proponemos recorrer las categorías de riesgo y de territorio -en tanto apropiadas por las ciencias antropológicas- y con ellas aproximarnos desde una perspectiva crítica a los procesos productivos actuales y pasados de la estepa nor-patagónica del centro de la Provincia de Neuquén, Argentina. Nuestro fin radica en la puesta en tensión de temáticas invisibilizadas o normalizadas particularmente observable en la comparación de la producción de los riesgos y territorios. Reconstruir y desarmar las contaminaciones e impactos ambientales -principalmente producidos por la industria hidrocarburífera- se articula con una arqueología del riesgo que venimos desarrollando en los últimos años. Las huellas y ausencias en los objetos y espacios construidos o abandonados son a la vez una evidencia como un testigo del olvido y la memoria de las violencias y vulnerabilidades históricas que hacen, hoy en día, al riesgo socioambiental en Neuquén.

In recent years the investigation of environmental pollution has led to an inevitable and central historical-material component. To identify, survey and reconstruct the processes of accumulation of socio-environmental vulnerabilities in articulation with the proliferation of industrial impacts and/or natural hazards would be impossible without conceiving the succession of historical events whose material footprint outlines the particular characteristics of each impact and of each territory. Urban and rural populations, as direct or indirect agents, are part of different territorialization structures in which the ways of conceiving and representing a space (its landscape and resources) is the cornerstone in the productive history and in the social construction of socio-environmental risks. In this article we propose to explore the categories of risk and territory -as appropriated by the anthropological sciences- and with them to approach to the current and past productive processes of the northern Patagonian steppe in the center of the Province of Neuquén, Argentina. Our aim lies in the tension of invisibilized or normalized issues, particularly observable in the comparison of the historical production of risks and territories. Reconstructing and dismantling environmental impacts -mainly produced by the hydrocarbon industry- is articulated with an archaeology of risk that we have been developing in recent years. The traces and absences in the objects and built or abandoned spaces are both evidences and witnesses of the oblivion and memory of the historical violence and vulnerabilities that make, nowadays, the socio-environmental risk in Neuquén.

Nos últimos anos, a investigação sobre a contaminação ambiental a conduziu a uma componente histórico-material inevitável e central. A identificação, levantamento e reconstrução dos processos de acumulação de vulnerabilidades sócio-ambientais em articulação com a proliferação de impactos industriais e/ou perigos naturais seria impossível sem conceber a sucessão de acontecimentos históricos cuja pegada material delineia as características particulares de cada impacto e de cada território. As populações urbanas e rurais, como agentes directos ou indirectos, fazem parte de diferentes estruturas de territorialização nas quais as formas de conceber e representar um espaço (a sua paisagem e os seus recursos) são a pedra angular da história da produção e da construção social dos riscos sócio-ambientais. Neste artigo propomos explorar as categorias de risco e território - conforme apropriado pelas ciências antropológicas - e com elas abordar de uma perspectiva crítica os processos produtivos actuais e passados da estepe Norte-Patagónica no centro da Província de Neuquén, Argentina. O nosso objectivo reside na tensão de questões invisíveis ou normalizadas, particularmente observáveis na comparação da produção de riscos e territórios. A reconstrução e desmantelamento da poluição e impactos ambientais -mais produzidos pela indústria dos hidrocarbonetos- articulam-se com uma arqueologia de risco que temos vindo a desenvolver nos últimos anos. Os vestígios e ausências nos objectos e espaços construídos ou abandonados são simultaneamente provas e testemunhos do esquecimento e memória da violência e vulnerabilidades históricas que constituem, hoje em dia, o risco sócio-ambiental em Neuquén.