¿Furta Sacra? La disputa por las reliquias corporales del santo cura Brochero de Córdoba (Argentina)

Abstract

Consideradas “objetos poderosos”, las reliquias (restos corporales) de los santos cristianos han sido a lo largo de la historia motivo de interés de las comunidades por poseerlas dado la legitimidad simbólica que aportan, los lazos comunales que articulan y la relevancia económica que tienen para las comunidades que las atesoran. En mayo de 2019 se desató una disputa entre dos localidades cordobesas por los restos corporales del cura Brochero (1840-1914), declarado santo en octubre de 2016. La municipalidad de Villa Santa Rosa, su lugar de nacimiento, aprobó una resolución solicitando el traslado allí de sus reliquias, situadas en Villa Cura Brochero. Esto despertó el rechazo inmediato de esta última intendencia, así como también el pronunciamiento del Arzobispado de Córdoba, quien afirmó tener potestad jurídica sobre los restos. Naturalmente estos sucesos suscitaron además variadas opiniones entre los devotos. En este trabajo, luego de dar cuenta de la importancia central que las reliquias de Brochero tienen al interior del movimiento brocheriano, caracterizaremos esta disputa recuperando las voces de diferentes actores (gubernamentales, eclesiásticos, pobladores de ambos lugares, etc.). Finalmente, luego de reflexionar sobre la tensión entre el derecho civil y el canónico en este caso implicada, concluimos señalando que este conflicto constituye un claro ejemplo de la importancia simbólica y material que las reliquias adquieren para las comunidades que se aglutinan alrededor de la devoción a un santo.Los datos en los que nos basamos proceden del trabajo de campo etnográfico que estamos llevando a cabo del movimiento brocheriano en la Argentina contemporánea, en el marco de una agenda de investigación antropológica, que involucra fundamentalmente el empleo de las técnicas de la observación participante y la realización de entrevistas semiestructuradas a diferentes actores del grupo.

Consideradas “objectos poderosos”, as relíquias (restos corporais) de santos cristãos têm sido ao longo da história motivo de interesse das comunidades na sua posse dada a legitimidade simbólica que conferem, os laços comunitários que articulam e a relevância económica que têm para as comunidades. que os valorizam. Em maio de 2019, estourou uma disputa entre duas cidades de Córdoba pelos restos mortais do padre Brochero (1840-1914), declarado santo em outubro de 2016. O município de Villa Santa Rosa, sua cidade natal, aprovou uma resolução solicitando a transferência lá de suas relíquias, loca- lizadas em Villa Cura Brochero. Isso suscitou a rejeição imediata desta última administração, bem como o pronunciamento do Arcebispado de Córdoba, que afirmava ter autoridade legal sobre os restos mortais. Naturalmente, esses eventos também despertaram opiniões variadas entre os devotos. Neste trabal- ho, depois de perceber a importância central que as relíquias de Brochero têm dentro do movimento Brochero, caracterizaremos essa disputa recuperando as vozes de diferentes atores (governamentais, eclesiásticos, moradores de ambos os lugares, etc.). Por fim, após refletir sobre a tensão entre o direito civil e o canônico envolvido neste caso, concluímos apontando que este conflito é um exemplo claro da importância simbólica e material que as relíquias adquirem para as comunidades que se unem em torno da devoção a um santo. Os dados nos quais nos baseamos vêm do trabalho de campo etnográfico que estamos realizando do movimento brocheriano na Argentina contemporânea, no marco de uma agenda de pesquisa antropológica, que envolve fundamental- mente o uso de técnicas de observação participante e a realização de entrevistas semiestruturadas com diferentes atores do grupo.

Consideradas “objectos poderosos”, as relíquias (restos corporais) de santos cristãos têm sido ao longo da história motivo de interesse das comunidades na sua posse dada a legitimidade simbólica que conferem, os laços comunitários que articulam e a relevância económica que têm para as comunidades. que os valorizam. Em maio de 2019, estourou uma disputa entre duas cidades de Córdoba pelos restos mortais do padre Brochero (1840-1914), declarado santo em outubro de 2016. O município de Villa Santa Rosa, sua cidade natal, aprovou uma resolução solicitando a transferência lá de suas relíquias, loca- lizadas em Villa Cura Brochero. Isso suscitou a rejeição imediata desta última administração, bem como o pronunciamento do Arcebispado de Córdoba, que afirmava ter autoridade legal sobre os restos mortais. Naturalmente, esses eventos também despertaram opiniões variadas entre os devotos. Neste trabal- ho, depois de perceber a importância central que as relíquias de Brochero têm dentro do movimento Brochero, caracterizaremos essa disputa recuperando as vozes de diferentes atores (governamentais, eclesiásticos, moradores de ambos os lugares, etc.). Por fim, após refletir sobre a tensão entre o direito civil e o anônico envolvido neste caso, concluímos apontando que este conflito é um exemplo claro da importância simbólica e material que as relíquias adquirem para as comunidades que se unem em torno da devoção a um santo. Os dados nos quais nos baseamos vêm do trabalho de campo etnográfico que estamos realizando do movimento brocheriano na Argentina contemporânea, no marco de uma agenda de pesquisa antropológica, que envolve fundamental- mente o uso de técnicas de observação participante e a realização de entrevistas semiestruturadas com diferentes atores do grupo.