Arqueologías entramadas: Desarrollo y sacrificio en Ancasti, Catamarca

Abstract

En los entramados territoriales poscoloniales se dan cita diversos grupos de actores para tensar el conflicto en torno a las relaciones de sentido con el territorio. Cuando se tensa el escenario de conflicto, los diversos conjuntos de actores se alinean de acuerdo a sus complicidades epistémicas básicas. La localidad (o comunidad local), por un lado, y la ciencia, el estado y el capital por el otro, despliegan sus respectivos espaciotiempos en los agenciamientos territoriales. El territorio de Ancasti, en el departamento homónimo en la provincia de Catamarca, desarrolla su propia trama territorial; en particular, sobresale por la complejidad de cada uno de los conjuntos de actores, y por la manera en la que se reordenan las fuerzas en un primer momento de tensión. La presencia de largo tiempo de la intervención de la arqueología y la redefinición como territorio sacrificial en el contexto del boom del litio le otorgan una textura específica que describimos en este texto en torno a la imagen del sacrificio.Como un caso de complicidad epistémica, tanto el espaciotiempo lineal, que sustenta la idea del desarrollo, como la propia metáfora del sacrificio, reconocen una más larga historia en el entramado territorial de Ancasti.

The Sierra de Ancasti, in the department of the same name in the province of Catamarca, is analyzed from the plot made up of the various territorial agencies: there the complexity of each of the sets of actors is observed, and the way in which they are they reorganize their forces in the face of the advancement of development projects. The discourses around the image of sacrifice, which emerged at the beginning of the last century from the intervention of archeology in the province, are redefined in the context of the lithium boom and give a specific texture to the local fabric. Both linear spacetime, which supports the idea of development, and the very metaphor of sacrifice, which recognizes a longer history in Ancasti’s interlocking archaeologies, take on new meanings. Therefore, we observe how in the local territorial frameworks various groups with antagonistic positions come together regarding the relations of meaning with the territory. When the conflict scenario is tense, the various sets align according to their basic epistemic complicities: the local community on the one hand, and science, the state and capital on the other. In the case of lithium extraction projects, a new rhetoric is configured that imposes development, based on the urgency for the extraction of resources that will lead to the delimitation of sacrificial territories.

A Serra de Ancasti, no departamento homônimo da província de Catamarca, é analisada a partir da trama composta pelos diversos órgãos territoriais: ali se observa a complexidade de cada um dos conjuntos de atores, e a forma como eles são eles reorganizando suas forças diante do avanço dos projetos de desenvolvimento. Os discursos em torno da imagem do sacrifício, surgidos no início do século passado a partir da intervenção da arqueologia na província, são redefinidos no contexto do boom do lítio e dão uma textura específica ao tecido local. Tanto o espaço-tempo linear, que sustenta a ideia de desenvolvimento, quanto a própria metáfora do sacrifício, que reconhece uma história mais longa nas arqueologias interligadas de Ancasti, assumem novos significados. Assim, observamos como nos quadros territoriais locais se confluem vários grupos com posições antagónicas relativamente às relações de sentido com o território. Quando o cenário de conflito é tenso, os vários conjuntos alinham-se de acordo com as suas cumplicidades epistémicas básicas: a comunidade local, por um lado, e a ciência, o Estado e o capital, por outro. No caso dos projetos de extração de lítio, configura-se uma nova retórica que impõe o desenvolvimento, baseada na urgência da extração de recursos que levará à delimitação de territórios sacrificiais.