La categoría del arte en el antiguo Egipto: Una reflexión desde el giro ontológico

Abstract

El presente trabajo expone ciertas discusiones sobre la categoría de “arte” y su uso para el estudio de los objetos artísticos del antiguo Egipto. La revisión de estos conceptos nos permite repensar las nociones sobre los vínculos entre las personas, los objetos y las fuerzas vitales que se entretejen en el arte egipcio y, para ello, presentamos algunas críticas de las miradas occidentales y modernas respecto al tema. Consideramos que los aportes del giro ontológico habilitan la reflexión en torno a la comprensión de las imágenes producidas por la cultura egipcia, así como el cruce de las propuestas formuladas en los campos disciplinares de la antropología y la arqueología. Finalmente, proponemos un análisis del motivo artístico de las mesas de ofrendas en Amarna, a raíz de la puesta en diálogo de los autores presentados.

This paper exposes certain discussions about the category of “art” and its use for the study of artistic objects from ancient Egypt. The review of these concepts allows us to rethink the notions about the links between people, objects and vital forces that are interwoven in Egyptian art and, for this, we present some criticisms of Western and modern views on the subject. We believe that the contributions of the ontological turn enable reflection on the understanding of the images produced by Egyptian culture, as well as the crossing of the proposals formulated in the disciplinary fields of anthropology and archaeology. Finally, we propose an analysis of the artistic motif of the offering tables in Amarna, as a result of the dialogue between the authors presented.

As expressões artísticas do antigo Egito eram tradicionalmente estudadas pela egiptologia à luz das concepções estéticas da arte ocidental. Neste sentido, as tendências oitocentistas assentaram numa escala de valores desde uma noção evolucionista, a partir da qual as representações egípcias são consideradas menos desenvolvidas do que em épocas posteriores, até à afirmação da inexistência da arte neste contexto histórico, devido à ausência de um termo linguístico próprio da língua hieroglífica para sua denominação. No presente trabalho refletimos sobre o uso da categoria 'arte' no antigo Egito a partir de um percurso pelas concepções delineadas a partir da ontologia moderna do final do século 18 e início do século 19. da arte em diálogo com as concepções mais recentes da disciplina de egiptologia durante os séculos 20 e 21. Por fim, propomos um estudo de caso das representações de oferendas aos defuntos a partir da reflexão a partir das posições da virada ontológica e decolonial.