Límites de los poderes públicos contra las zonas de sacrificio ambiental y para la defensa de las víctimas del mal-desarrollo en Argentina

Abstract

En las arenas del discurso público, se plantea un debate irresoluble entre derechos constitucionales (derecho al trabajo y el desarrollo versus derecho a la vida, la salud y el ambiente) de forma maniquea, y obturando la evaluación de cuestiones objetivas como el daño, el riesgo y las situaciones de peligro social y jurídicamente definidas. Existe una deuda de reparación en términos de remediación ambiental y asistencia y resarcimiento a los afectados que no entra en la contabilidad de los modelos de desarrollo. A pesar de importantes sentencias sobre contaminación por plaguicidas, megaminería, deforestación y obras de infraestructura, no se constatan medidas de restitución, indemnización ni garantías de no repetición, en las dimensiones individual, colectiva, material, moral y simbólica. El artículo realiza aportes empírico- conceptuales para reflexionar críticamente acerca de qué sistemas, instituciones o procedimientos son invocados y se ponen en funcionamiento tanto para la recomposición ambiental como para la protección de los afectados por situaciones de contaminación. El trabajo presenta avances de la investigación en torno a tres cuestiones relevantes para una política de reconocimiento y reparación: a) el registro de pasivos ambientales, y las políticas y programas para su tratamiento; b) la jurisprudencia en materia de remediación y las directivas que impulsan las sentencias; y c) las leyes de víctimas que establecen un marco normativo e institucional para la protección y cuidado de las y los afectados ambientales.

In the arenas of public discourse, an endless debate between constitutional rights (right to work and development versus right to life, health and environment) is raised in a Manichean way, and that obturates the evaluation of objective issues such as damage, risk and socially and legally defined situations of danger. There is a debt of reparation in terms of environmental remediation and assistance and compensation to those affected that does not enter into the accounting of the "development models". In spite of important sentences on pesticide contamination, mega-mining, deforestation and infrastructure works, there are no restitution measures, compensation or guarantees of non-repetition, in the individual, collective, material, moral and symbolic dimensions. The article makes empirical-conceptual contributions to critically reflect on what systems, institutions, procedures and practices are invoked or put into operation both for environmental recomposition and for the protection of those affected by contamination situations. The paper presents research advances around three relevant issues for a policy of recognition and reparation: a) the registry of environmental liabilities, and the policies and programs for their treatment; b) the jurisprudence on remediation and the directives that drive the sentences; and c) the laws of "victims" that establish a normative and institutional framework for the protection and care of those affected by the environment.

Nas arenas do discurso público, um debate irresolúvel entre direitos constitucionais (direito ao trabalho e ao desenvolvimento versus direito à vida, à saúde e ao meio ambiente) é colocado de forma maniqueísta e obturando a avaliação de questões objetivas, como danos, riscos e situações de perigo social e legalmente definidas. Há uma dívida de reparação em termos de remediação ambiental e assistência e reparação para os afetados que não entra na contabilidade dos "modelos de desenvolvimento". Apesar de decisões importantes sobre contaminação por pesticidas, mega-mineração, desmatamento e obras de infraestrutura, não há evidências de restituição, compensação ou garantias de não repetição nas dimensões individual, coletiva, material, moral e simbólica. O artigo faz contribuições empírico-conceituais para refletir criticamente sobre quais sistemas, instituições, procedimentos e práticas são invocados ou colocados em operação tanto para a restauração ambiental quanto para a proteção das pessoas afetadas por situações de contaminação. O artigo apresenta os avanços da pesquisa em torno de três questões relevantes para uma política de reconhecimento e reparação: a) o registro de passivos ambientais e as políticas e programas para seu tratamento; b) a jurisprudência sobre remediação e as diretrizes que orientam as sentenças; e c) as leis de "vítimas" que estabelecem uma estrutura normativa e institucional para a proteção e o cuidado das pessoas afetadas pelo meio ambiente.