Los puntos de partida epistemológicos y operativos en la observación de campo

Abstract

En este artículo reflexionamos respecto de la técnica de observación en la metodología de las ciencias sociales. Nos proponemos construir una mirada amplia sobre la técnica de observación, que articule aspectos técnicos/operativos con reflexiones epistemológicas. Con este fin, discurrimos acerca de las cuestiones epistemológicas más relevantes a tomar en consideración, proponemos una clasificación de tipos de observación que sintetiza algunas de las definiciones existentes, y recuperamos algunos aprendizajes respecto del uso de la técnica en una experiencia de investigación empírica sobre travestis/trans migrantes. Proponemos que la observación de campo comprende un conjunto de variantes que tienen en común la orientación teórica, la planificación flexible y la sistematización de registros, así como el hecho de diferenciarse tanto de la observación experimental como de la observación cotidiana. A su vez, postulamos cuatro ejes para ordenar las variantes de la observación de campo: participante-no participante, revelación-ocultamiento de la identidad del observador, estructurada-no estructurada, mediada tecnológicamente-no mediada tecnológicamente. En el plano operativo, destacamos la entrada a campo, la atribución de identidades y la negociación de roles como aspectos decisivos.

In this article we reflect on the technique of observation in the methodology of the social sciences. We propose to construct a broad view on the observation technique, which articulates technical/operational aspects with epistemological reflections. To this end, we discuss the most relevant epistemological issues to be taken into consideration, we propose a classification of types of observation that synthesizes some of the existing definitions, and we recover some lessons learned regarding the use of the technique in an empirical research experience with transvestite/transgender migrants. We argue that field observation comprises a set of variants that share theoretical orientation, flexible planning, and systematization of records, as well as the fact that they differ from both experimental observation and everyday observation. In turn, we propose four axes to order the variants of field observation: participant–non-participant, revelation–concealment of the observer's identity, structured–unstructured, technologically mediated–not technologically mediated. At the operational level, we highlight the entry into the field, the attribution of identities and the negotiation of roles as decisive aspects.

Neste artigo, refletimos sobre a técnica de observação na metodologia das ciências sociais. Propomos construir uma visão ampla sobre a técnica de observação, que articula aspectos técnicos/operacionais com reflexões epistemológicas. Para isso, discutimos as questões epistemológicas mais relevantes a ter em consideração, propomos uma classificação de tipos de observação que sintetiza algumas das definições existentes e recuperamos algumas lições relativas ao uso da técnica numa experiência empírica de investigação sobre travestis/trans migrantes. Propomos que a observação de campo compreende um conjunto de variantes que têm em comum uma orientação teórica, um planeamento flexível e a sistematização dos registos, assim como o fato de se diferenciar tanto da observação experimental como da observação quotidiana. Por sua vez, postulamos quatro eixos para organizar as variantes da observação de campo: participante ou não participante, identidade do observador revelada ou oculta, estruturada ou não estruturada, mediada ou não mediada tecnologicamente. A nível operacional, destacamos a entrada no campo, a atribuição de identidades e a negociação de papéis como aspectos decisivos.