"El cerro sagrado": Imaginarios y prácticas espaciales en torno al cerro Uritorco (Córdoba, Argentina)

Abstract

El cerro Uritorco, de 1950 msnm constituye el macizo de mayor altura correspondiente al cordón de las sierras Chicas cordobesas. Desde la década del ochenta, comenzaron a emerger una serie de narrativas en torno al cerro que se condensaron en un entramado de sacralidades donde se tejen leyendas ancestrales indígenas, relatos acerca de apariciones de naves y seres intra y extraterrestres, y discursos new age, esotéricos y místicos que subscriben su sacralidad. En este artículo nos focalizamos en comprender cómo se construyó el cerro Uritorco como representante de este tipo de discursos, es decir, cómo se concibió (y concibe) al objeto geográfico como espacio sagrado, situando el análisis en la perspectiva espacial. En este sentido, la mirada estará puesta en dos dimensiones claves que configuran el abordaje geográfico cultural: por un lado, los imaginarios geográficos nutridos de los discursos espaciales presentes y, por el otro, las prácticas concretas que los sujetos despliegan y que son motorizadas por esos imaginarios sobre el lugar.

Uritorco hill, at 1950 meters above sea level, is the highest massif in the Sierras Chicas range in Córdoba. Since the 1980s, a series of narratives around the hill began to emerge, which turned into a framework of sacredness where ancestral indigenous legends, stories about UFO and intra and extraterrestrial alien appearance, and new age, esoteric and mystical discourses that underwrite its sacredness are interwoven. In this article we focus on understanding how the Uritorco hill was constructed as a representative of this type of discourse, that is, how the geographical object was conceived (and is still conceived) as a sacred space, placing the analysis in the spatial perspective. In this sense, the focus will be placed upon two key dimensions that shape the cultural geographical approach: on the one hand, the geographical imaginaries powered by present spatial discourses and, on the other hand, the concrete practices that subjects display and that are motorized by those imaginaries about the place.

O Cerro Uritorco, a 1.950 metros acima do nível do mar, constitui o maciço mais alto correspondente ao serrado menor de Córdoba. Desde a década de 1980, uma série de narrativas começaram a surgir em torno do morro que se condensaram em uma rede de sacralidade onde se tecem lendas ancestrais indígenas, histórias sobre o aparecimento de naves e seres intra e extraterrestres, e New Age, discursos esotéricos e místicos que subscrevem a sua sacralidade. Neste artigo nos concentramos em entender como o cerro do Uritorco foi construído como representante desse tipo de discurso, ou seja, como o objeto geográfico foi concebido (e é concebido) como um espaço sagrado, situando a análise na perspectiva espacial. Nesse sentido, o olhar estará voltado para duas dimensões fundamentais que compõem a abordagem geográfico-cultural: por um lado, os imaginários geográficos alimentados pelos discursos espaciais presentes e, por outro, as práticas concretas que os sujeitos desenvolvem e que são motorizados por esses imaginários sobre o lugar.