Arqueologia no território do sacrifício

Abstract

Nas redes territoriais pós-coloniais, vários grupos de atores se unem para tensionar o conflito em torno das relações de sentido com o território. Quando o cenário de conflito é tenso, os diversos conjuntos de atores se alinham de acordo com suas cumplicidades epistêmicas básicas. A localidade (ou comunidade local), de um lado, e a ciência, o Estado e o capital de outro, desdobram seus respectivos espaços-tempos em agenciamentos territoriais. Como todo território, Ancasti, no departamento homônimo da província de Catamarca, República Argentina, desenvolve sua própria trama territorial; em particular, destaca-se pela complexidade de cada um dos conjuntos de atores e pela forma como as forças são reordenadas num primeiro momento de tensão. A presença de longa data da intervenção da arqueologia e a redefinição como território sacrificial no contexto do boom do lítio conferem-lhe uma textura específica que descrevemos neste texto.

En las redes territoriales poscoloniales, varios grupos de actores se unen para tensionar el conflicto en torno a las relaciones de sentido con el territorio. Cuando el escenario del conflicto es tenso, los diferentes conjuntos de actores se alinean según sus complicidades epistémicas básicas. La localidad (o comunidad local), por un lado, y la ciencia, el Estado y el capital por el otro, despliegan sus respectivos espacios-tiempos en agenciamientos territoriales. Como todo territorio, Ancasti, en el departamento homónimo de la provincia de Catamarca, República Argentina, desarrolla un tejido territorial propio; en particular, destaca por la complejidad de cada uno de los conjuntos de actores y por la forma en que se reorganizan las fuerzas en un primer momento de tensión. La presencia de larga data de la intervención arqueológica y la redefinición como territorio de sacrificio en el contexto del auge del litio le dan una textura específica que describimos en este texto.

Within post-colonial territorial entanglements, various groups of agents come together to tense the conflict around the relationships of meaning with the territory. When the conflict scenario is tense, the various sets of agents are aligned according to their basic epistemic complicities. The locality (or local community), on the one hand, and science, the State and capital on the other, unfold their respective space-times in territorial entanglements. Like any territory, Ancasti, in the homonymous department in the province of Catamarca, Argentine Republic, develops its own territorial plot; in particular, it stands out for the complexity of each kind of agents, and for the way in which the forces are reordered in a first moment of tension. Both the long-standing presence of the archaeological intervention and the redefinition as sacrificial territory in the context of the lithium boom provides a specific texture, which we describe in this text.