La producción de sentido en torno a la organización del cuidado en barrios populares del Gran San Miguel de Tucumán, Tucumán-Argentina

Abstract

Luego de la gran crisis del 2001, Argentina asiste a un notorio incremento de la pobreza y la desigualdad, fenómenos que adquirieron singular agudeza en el Noroeste del país. En ese contexto, se ubica el aglomerado Gran San Miguel de Tucumán, provincia de Tucumán, fragmentado, colmado de asentamientos informales que padecen procesos de exclusión, estigmatización y marginación. Cuando las condiciones de pobreza se agudizan, y frente a la falta de respuesta del Estado, surgen alternativas de solidaridad que juegan un rol fundamental: los cuidados comunitarios. Puesto que dichas tareas suelen quedar casi exclusivamente en manos de las mujeres, este trabajo se propone indagar en el desarrollo de las dinámicas de cuidado en el marco de la vida cotidiana en barrios populares. A tales fines, se toma como caso de estudio a un grupo de mujeres del barrio La Toma (municipio de Tafí Viejo, Tucumán) que se organiza para actividades comunitarias y mejoras en su barrio. El objetivo principal es comprender sus lógicas colectivas de subsistencia y dinámicas de cuidados, con especial atención en develar de dónde surgen las percepciones sobre su espacio urbano, las formas de habitarlo, los vínculos con los distintos actores, y los roles asumidos o adjudicados. Se logra evidenciar que las mujeres se destacan dentro de su comunidad, y se esclarece la dinámica de las relaciones de poder existentes. Las discursividades se mantienen en tensión, así como los espacios físicos y simbólicos, cualquieras sean aquellos que hayan germinado desde la respuesta de las mujeres ante su invisibilización.

After the great crisis of 2001, Argentina witnessed a notorious increase in poverty and inequality, phenomena that became particularly aggressive in the Northwest of the country. In this context, the Greater San Miguel de Tucumán agglomerate, in the province of Tucumán, is fragmented, with informal settlements that suffer exclusion, stigmatization and marginalization. When poverty conditions aggravate, and the support of the State is lacking, solidarity alternatives emerge and play a fundamental role: community care. Since these tasks are usually left almost exclusively in the hands of women, this paper aims to investigate the development of their daily lives. For this purpose, a group of women from La Toma neighborhood, municipality of Tafí Viejo, Tucumán, is taken as a case study. This group is organized for community activities and improvements in their neighborhood. The main objective is to understand their collective logics of subsistence and care dynamics. Special attention is paid to discover where the perceptions of its space come from, the ways of inhabiting it, the relations with the different actors, and the roles assumed or assigned. Through this analysis, it becomes evident that these women stand out within their community, and the dynamics of existing power relations are clarified. The discursivities remain in tension, as well as the physical and symbolic spaces, whatever those that have germinated from the response of women to their invisibilization.

Após a grande crise de 2001, a Argentina testemunhou um notório aumento da pobreza e da desigualdade, fenômenos que se tornaram particularmente agudos no noroeste do país. Nesse contexto, o aglomerado da Grande San Miguel de Tucumán, na província de Tucumán, é fragmentado, repleto de assentamentos informais que sofrem com a exclusão, a estigmatização e a marginalização. Quando as condições de pobreza se agravam, e diante da falta de resposta do Estado, surgem formas alternativas de solidariedade que desempenham um papel fundamental: o cuidado comunitário. Como essas tarefas tendem a ficar quase que exclusivamente nas mãos das mulheres, este artigo tem como objetivo investigar o desenvolvimento de suas vidas diárias. Para esse fim, um grupo de mulheres do bairro La Toma, no município de Tafí Viejo, Tucumán, é tomado como estudo de caso. Elas se organizam para realizar atividades comunitárias e melhorias em seu bairro. O principal objetivo é entender suas lógicas coletivas de subsistência e dinâmica de cuidados. O objetivo principal é entender suas lógicas coletivas de subsistência e dinâmicas de cuidado, prestando atenção especial para revelar de onde vêm as percepções sobre seu espaço urbano, as formas de habitá-lo, os vínculos com os diferentes atores e os papéis assumidos ou atribuídos a eles. Fica evidente que essas mulheres se destacam em sua comunidade, e a dinâmica das relações de poder existentes é esclarecida. As discursividades permanecem em tensão, assim como os espaços físicos e simbólicos, quaisquer que tenham sido os gerados pela resposta das mulheres à sua invisibilização.