Incivilidad y violencia de género en la participación digital ante un posteo feminista

Abstract

Aunque la conversación cívica es fundamental para fortalecer la democracia, y a pesar del crecimiento de las redes sociodigitales como fuentes de noticias, todavía es poco estudiada en Latinoamérica la intervención ciudadana en las páginas digitales de medios periodísticos. Por ello, desde el enfoque teórico de la participación política en línea, este artículo analiza el comportamiento digital de la comunidad usuaria de redes socio-digitales frente a una noticia con contenido feminista publicada por un medio de prensa regional en su cuenta oficial de Facebook. Para ello se aplicó una combinación de metodologías cuantitativa y cualitativa en diferentes etapas que releva y analiza las reacciones y los comentarios compartidos de manera pública frente a un posteo originado por el Día de la Mujer. Los resultados obtenidos ponen en evidencia que las opiniones negativas y las críticas son siempre preponderantes, pero, además, van creciendo con el transcurrir del tiempo. Asimismo, mientras las participaciones son mayoritariamente femeninas en un primer momento, luego los perfiles identificados como masculinos terminan por dominar la conversación. Con esto, los comentarios se van tornando cada vez más inciviles, hasta convertirse en claros ejemplos de violencia de género y mensajes de odio. De hecho, la identificación pública de los perfiles no parece mitigar el nivel de agresión en las intervenciones. Se concluye que es necesario profundizar en el debate sobre la regulación de los mensajes digitales incitadores de violencia para evitar cámaras de eco y espirales de silencio que potencien la polarización social.

Although the civil conversation is fundamental for strengthening democracy, and despite the growth of the socio-digital networks as news sources, the citizen’s intervention in digital pages of news organizations hasn’t been fully studied yet in Latin-America. For that, from a theoretical point of view of the online political participation, this article analyzes the digital behavior of the online communities from sociodigital networks towards news published by a regional media company from its official Facebook page. For that, a combination of quantitative and qualitative methodologies was used in different stages in order to reveal and analyze the reactions ad comments shared publicly about a post originated from Women’s Day. The results obtained make evident that negative opinions and criticisms are always preponderant but, furthermore, they grow on time. Likewise, while the participations are predominantly from women initially, then profiles identified as male end up dominating the conversation. With this, comments start becoming uncivil and end up becoming examples of gender violence and hate messages. In fact, the public identification of the profiles doesn’t seem to mitigate the level pf aggression of these interventions. The research concluded that this debate needs deeper studies on the regulation of messages inviting to violence to avoid echo chambers and silence spirals that might potentiate de social polarization.

Embora a conversação cívica seja essencial para o fortalecimento da democracia, e apesar do crescimento das redes sociais como fontes de notícias, a intervenção do cidadão nas páginas digitais dos meios de comunicação ainda é pouco estudada na América Latina. Por isso, a partir da abordagem teórica da participação política online, este artigo analisa o comportamento digital da comunidade de usuárias de redes sociais diante de uma notícia de conteúdo feminista publicada por uma imprensa regional em sua conta oficial no Facebook. Para isso, foi aplicada uma combinação de metodologias quantitativas e qualitativas em diferentes etapas que revela e analisa as reações e comentários compartilhados publicamente diante de uma postagem originada pelo Dia da Mulher. Os resultados obtidos mostram que as opiniões negativas e críticas são sempre predominantes, além disso, cresce com o passar do tempo. Da mesma forma, embora as participações sejam predominantemente femininas no início, os perfis identificados como masculinos acabam dominando a conversa. Com isso, os comentários tornam-se cada vez mais rudes, até se tornarem exemplos claros de violência de gênero e mensagens de ódio. Na verdade, a identificação pública dos perfis não parece mitigar o nível de agressividade nas intervenções. Concluindo, fica claro que é necessário aprofundar o debate sobre a regulamentação das mensagens digitais que incitam a violência para evitar câmaras de eco e espirais de silêncio que potencializam a polarização social.