El desafío de nombrar la pandemia en el discurso político argentino: Del enemigo invisible a la infectadura

Abstract

En este artículo se analiza, a partir de un corpus de discursos políticos y periodísticos circulantes entre marzo y noviembre de 2020 en Argentina, las apuestas denominativas del discurso político para designar las medidas para mitigar la pandemia de COVID-19. Los nombres políticos con que el acontecimiento-pandemia y las políticas relacionadas con el tema fueron designados son objetos de discurso resultantes de un acto nominativo, que es un acto instituyente. Sintagmas nominales relativamente estables, metadiscursivos y polémicos que desbordan lo mediático, los nombres políticos inscriben a los acontecimientos histórico-políticos en un tiempo corto, mediano y largo, y permiten así fijarlos y proyectarlos en un horizonte temporal. Del discurso bélico al discurso médico-científico, de las metáforas del encierro a las alusiones dictatoriales, de la cuarentena al Aislamiento Social Preventivo y Obligatorio y el Distanciamiento Social, Preventivo y Obligatorio, el discurso político hizo circular más de un nombre para intentar otorgarle sentido y espesor a una experiencia colectiva inédita.

This article analyzes, based on a corpus of political and journalistic speeches that circulated between March and November 2020 in Argentina, the denominative stakes of political speech to designate the measures to mitigate the COVID-19 pandemic. The political names with which the pandemic event and the policies associated to it were designated, are objects of discourse resulting from a nominative act, which is an instituting act. Relatively stable, metadiscoursive and controversial nominal syntagmas that go beyond the media, political names inscribe historical-political events in short, medium and long term, and thus allow them to be fixed and projected on a temporal horizon. From the war discourse to the medical-scientific discourse, from metaphores of confinement to the dictatorial allusions, from quarantine to the Preventive and Compulsory Social Isolation and the Social, Preventive and Compulsory Distancing, the political discourse circulated more than one name trying to give it sense and thickness to an unprecedented collective experience.

Este artigo analisa, com base em um corpus de discursos políticos e jornalísticos que circularam entre março e novembro de 2020 na Argentina, as apostas denominativas do discurso político para designar as medidas para mitigar a pandemia do COVID-19. Os nomes políticos com os quais o acontecimento-pandemia e suas políticas associadas foram designados são objetos de discurso resultantes de um ato nominativo, que é um ato instituidor. Sintagmas nominais relativamente estáveis, metadiscursivos e controversos que extravasam a mídia, nomes políticos inscrevem os acontecimentos histórico-políticos em um tempo curto, médio e longo e, assim, permitem que sejam fixados e projetados em um horizonte temporal. Do discurso bélico ao discurso médico-científico, das metáforas do confinamento às alusões ditatoriais, da quarentena ao Isolamento Social Preventivo e Obrigatório e o Distanciamento Social, Preventivo e Obrigatório, o discurso político fez circular mais de um nome para tentar dar sentido e espessura a uma experiência coletiva sem precedentes.