Industria porcina china, sistema agroalimentario global y crisis ambiental: Reflexiones a partir del caso argentino

Abstract

El severo impacto ambiental de los actuales patrones de producción y consumo de alimentos y la pandemia de covid-19 otorgaron una inusitada relevancia a la transformación del sistema agroalimentario a nivel local y global. Este trabajo explora las implicancias de las acciones de China para la protección de su industria porcina tras la epidemia de peste porcina africana, en la trayectoria del sistema agroalimentario global. Para ello se estudió el proyecto de instalación de granjas porcinas en Argentina negociado en 2020. Mediante un diálogo del enfoque neogramsciano de la economía política internacional con los estudios agrarios críticos, se argumenta que esa iniciativa demuestra que, pese a los efectos ambientales y sanitarios, el interés de China no es transformar su modelo de producción porcina, sino trasladarlo hacia nuevos territorios. De ese modo, China reconstruye su liderazgo porcino y afirma su poder dentro del modelo agroalimentario hegemónico.

The severe environmental impacts of the current food production and consumption patterns and the covid-19 pandemic have given an unprecedented relevance to the transformation of the agrifood system at the local and global levels. This article explores the implications of China’s actions seeking to protect its pork industry following the African Swine Fever epidemic on the trajectory of the global agrifood system. To this end, it studies the project to install pig farms in Argentina negotiated in 2020. Drawing on a dialogue betwenn the neo-Gramscian approach to International Political Economy with critical agrarian studies, I argue that this initiative shows that, despite environmental and health consequences, China’s interest is not in transforming its pig production model, but in transferring it to new territories. As a result, China rebuilds its pork leadership and thus reaffirms its power within the hegemonic agrifood model.

O severo impacto ambiental dos atuais padrões de produção e consumo de alimentos e a pandemia covid-19 deram uma relevância incomum à transformação do sistema agroalimentar em nível local e global. Este artigo explora as implicações das ações da China para a proteção de sua indústria suína após a epidemia de peste suína africana na trajetória do sistema agroalimentar global. Para isso, estuda-se o projeto de instalação de granjas de suínos na Argentina negociado em 2020. Por meio de um diálogo de abordagem neogramsciana da economia política internacional com os estudos agrários críticos, argumenta-se que esta iniciativa mostra que, apesar do aspecto ambiental e implicações sanitárias, o interesse da China não consiste em transformar seu modelo de produção de suínos, mas em transferi-lo para novos territórios. Desta forma, a China reconstrói sua liderança no mercado suíno e afirma seu poder dentro do modelo agroalimentar hegemônico.