Artículo
El interés por dar cuenta de las dinámicas de legitimación de la ciencia se ha ido acrecentando ante el debate por la disminución pública de su autoridad como discurso de verdad. El presente trabajo apunta a reflexionar sobre aquellas dinámicas que operan en la construcción de la legitimidad del discurso científico frente a otras voces socialmente autorizadas en el ámbito público a partir del análisis de un caso empírico registrado en el marco de un trabajo de campo etnográfico. El mismo se centra en una disputa sobre hechos científicos relevantes para la toma de decisiones políticas sobre desarrollo infantil y pobreza y gira principalmente alrededor de dos problemas: la comunicación tergiversada de conocimientos neurocientíficos y su consecuente uso político. El análisis pone de manifiesto que la legitimidad del saber científico va más allá de la prueba de su verdad e involucra una pluralidad de perspectivas en disputa en la que entra en juego no solo el peso de las evidencias, sino los distintos imaginarios políticos que los agentes sustentan. Es asimismo una invitación a reflexionar sobre los regímenes de verdad a través de los cuales líderes y ciudadanos evalúan la veracidad de ciertos saberes y toman decisiones en base a ello. Recent years have witnessed a growing interest in examining the dynamics of the legitimation of science in light of the debate over the public undermining of its authority as a discourse of truth. This article explores the questions raised by this debate based on the analysis of a controversy recorded in the framework of ethnographic fieldwork in a research laboratory. This controversy pits scientific facts relevant to policy decisions about children’s cognitive development against each other. From the native’s point of view, the dispute revolves around two issues: (a) the misrepresented communication of knowledge about poverty and childhood development by outreach institutions, multilateral agencies, and various health and neuroscience professionals; and (b) the political use of such statements and knowledge to guide local level government actions. What is reconstructed throughout the paper, is the way in which the set of researchers mobilizes scientific evidence to dispute factual claims presented in the media as true. This is done by considering the dynamics of legitimacy that unfold around this controversy. Following the perspective of co-production, the analysis shows that the legitimacy of scientific knowledge goes beyond the proof of its truth and involves a plurality of contested perspectives in which both the weight of evidence and the different political imaginaries that the agents sustain come into play. This plurality exposes the inseparable relationship between epistemic, social, and normative aspects, while the ethnography highlights that science cannot be separated from society and politics. Science does not only serve to inform political decision-making; it is also produced in response to and in continuity with public discussion and acts in the co-production of a sense of the political and the social. O interesse por evidenciar as dinâmicas de legitimação da ciência vem aumentando diante do debate pela diminuição pública de sua autoridade como discurso de verdade. Neste artigo, são explorados interrogantes que tal debate abre a partir da análise de uma controvérsia registrada no âmbito de um trabalho de campo etnográfico num laboratório de pesquisa. Nessa controvérsia, são contrapostos fatos científicos relevantes para a tomada de decisões políticas sobre o desenvolvimento cognitivo infantil. Do ponto de vista nativo, a disputa gira em torno de dois problemas: (a) a comunicação tergiversada de conhecimentos sobre pobreza e desenvolvimento infantil por parte de instituições dedicadas à divulgação, organismos multilaterais e diferentes profissionais do campo da saúde e da neurociência, e (b) o uso político de tais declarações e conhecimentos para orientar ações governamentais no âmbito local. Ao longo do trabalho, é reconstruída a forma em que o conjunto de pesquisadores mobiliza evidências científicas para discutir afirmações de fato, apresentadas nos meios como verdadeiras. Para fazer essa reconstrução, são consideradas as dinâmicas de legitimidade que são desenvolvidas sobre essa controvérsia. Seguindo a perspectiva da coprodução, a análise demonstra que a legitimidade do saber científico vai mais além da prova de sua verdade e envolve uma pluralidade de perspectivas em disputa na qual entram em jogo não somente o peso das evidências, mas também os diferentes imaginários políticos que os agentes sustentam. Essa pluralidade torna visível a relação indissociável entre os aspectos epistêmicos, sociais e normativos. Essa etnografia nos mostra que a ciência não é separável da sociedade e da política. A ciência tanto informa a tomada de decisões políticas quanto é produzida em resposta e em continuidade com a discussão pública, além de agir na coprodução de um sentido do político e do social.
Más allá de la verdad científica: una mirada etnográfica a la controversia sobre los primeros 1000 días del desarrollo cognitivo infantil
Título:
Beyond Scientific Truth: An Ethnographic Look at the Controversy over the
First 1000 Days of Childhood Cognitive Development;
Mais além da verdade científica: uma visão etnográfica da controvérsia sobre os primeiros 1.000 dias do desenvolvimento cognitivo infantil
Mais além da verdade científica: uma visão etnográfica da controvérsia sobre os primeiros 1.000 dias do desenvolvimento cognitivo infantil
Fecha de publicación:
01/2022
Editorial:
Universidad de los Andes
Revista:
Antípoda
ISSN:
1900-5407
e-ISSN:
2011-4273
Idioma:
Español
Tipo de recurso:
Artículo publicado
Clasificación temática:
Resumen
Palabras clave:
COPRODUCCIÓN
,
DESARROLLO INFANTIL
,
LEGITIMIDAD
,
POSVERDAD
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Articulos de CENTRO DE EDUCACION MEDICA E INVESTIGACIONES CLINICAS "NORBERTO QUIRNO"
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Citación
Smulski, Mariana Celeste; Más allá de la verdad científica: una mirada etnográfica a la controversia sobre los primeros 1000 días del desarrollo cognitivo infantil; Universidad de los Andes; Antípoda; 46; 1-2022; 75-97
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