Herramientas metodológicas para el estudio de las migraciones internacionales en tramas de desigualdad social

Abstract

¿Cómo operativizar una investigación sobre migraciones internacionales en un contexto de multiplicación de las desigualdades sociales, que tenga en cuenta la singularidad de estos movimientos? Este artículo pretende arrojar luz sobre los aspectos metodológicos que se derivan de tomar en cuenta las migraciones como hecho social total (Sayad, 1989), a propósito de una investigación sobre argentinos de clase media en España. Proponemos dos herramientas metodológicas, trayectoria y proyecto migratorio, a fin de estudiar las migraciones desde sus dimensiones objetiva y subjetiva. Del lado objetivo, las trayectorias migratorias se reconstruyen a partir de la integridad de los condicionamientos y mecanismos sociales que posicionan al migrante en el país de origen y en el país de destino, en relación con sus condiciones de vida, de trabajo, etc.Complementariamente, del lado subjetivo, el concepto de proyecto migratorio supone incorporar en el análisis de las migraciones la evaluación que los migrantes hacen de los recursos de que disponen, desde su representación de la posición que ocupan en el espacio social. Esta dimensión subjetiva habilita reconstruir el sentido en que el migrante se piensa en el marco de los sistemas clasificatorios (en origen y destino), y orienta el despliegue de ciertas prácticas al momento de decidir la emigración. También permite analizar la resignificación de esos proyectos después de cierta trayectoria en el espacio social de destino, especialmente respecto a los plazos temporales que los sujetos se plantean para permanecer, retornar o volver a emigrar.El análisis de las trayectorias sociales entre los dos espacios sociales (origen y destino) posibilita superar posiciones de cierto nacionalismo metodológico, aunque reconociendo el papel de los Estados-nación en la configuración de las desigualdades de partida que generan las migraciones. Tener en cuenta la estructura de desigualdad en el contexto de origen, permite visualizar el trazado de trayectorias particulares en destino de los migrantes, de acuerdo con los capitales y disposiciones que los agentes portan para sus inserciones.

How to put into operation international migration research in a context of social inequality multiplication taking into account the singularity of these movements? This article aims at shedding light on the methodological aspects derived from considering migration as a total social fact (Sayad), in relation to a study on middle class Argentines in Spain. Two methodological devices — migratory projects and trajectories — are suggested to explore migration from its objective and subjective dimensions. On the objective side, migratory trajectories are rebuilt upon the integrity of social mechanisms and conditioning, that position migrants in the country of origin as well as in the country of destination, regarding their living and working conditions, among other aspects. On the other hand, on the subjective side, the concept of migratory project implies integrating in migration analysis the assessment that migrant make of the available resources, based on their representation of their position in the social space. This subjective dimension allows to rebuild the sense that migrants think of themselves in the context of classificatory schemes (in origin and destination settings) and to guide the adoption of certain practices when deciding on migrating. It also allows to analyze the redefinition of these projects after having a trajectory in the social space of destination, particularly regarding the timeframes that subjects consider when deciding whether to stay, return, or migrate again. By studying the social trajectories between the two social spaces (origin and destination), it is possible to overcome positions of certain methodological nationalism while recognizing the role that Nation-States play in the creation of inequalities from initial positions generated by migration. By taking into account the structure of inequalities in the context of origin, it enables the visualization of migrant specific trajectory plotting in the context of destination, according to capital and dispositions that agents bring into their integration.

Como operacionalizar, em um contexto de multiplicação das desigualdades sociais, uma pesquisa sobre migrações internacionais que considere a singularidade desses movimentos? Este artigo apresenta os aspectos metodológicos que surgem ao considerar as migrações como fato social total (Sayad, 1989), a propósito de uma pesquisa sobre argentinos de classe média na Espanha. Propõe-se duas ferramentas metodológicas trajetória e projeto migratório— para estudar as migrações a partir de suas dimensões objetiva e subjetiva. Do lado objetivo, as trajetórias migratórias são reconstruídas a partir da integridade dos condicionamentos e mecanismos sociais que posicionam o migrante nos países de origem e destino em relação a suas condições de vida, trabalho etc.

De modo complementar, na dimensão subjetiva, o conceito de projeto migratório supõe incorporar na análise das migrações a avaliação que os migrantes fazem dos recursos de que dispõem, a partir de sua representação da posição que ocupam no espaço social. Essa dimensão subjetiva possibilita reconstruir o sentido em que o migrante pensa a si mesmo no contexto dos sistemas classificatórios (em origem e no destino) e que orienta o desdobramento de certas práticas no momento de decidir pela emigração. Essa dimensão também permite analisar a ressignificação desses projetos depois de certa trajetória no espaço social de destino, especialmente quanto aos períodos de tempo a que os sujeitos se propõem para permanecer, retornar ou emigrar novamente.

A análise das trajetórias sociais entre os dois espaços sociais (origem e destino) possibilita superar posições de certo nacionalismo metodológico, embora reconhecendo o papel dos Estados-nação na configuração das desigualdades originais que geram as migrações. Considerar a estrutura de desigualdade no contexto de origem permite visualizar o traçado de trajetórias particulares no destino dos migrantes segundo os capitais e disposições que os agentes portam para suas inserções.