Escritura académica, relatos de experiencia y giro narrativo en el encierro global: La historia de Lili y el mundo de la vida en la cárcel

Abstract

Este artículo lo escribimos en una conversación que se inició en una investigación y se extendió luego de la defensa de una tesis doctoral (1), en momentos de encierro global provocada por la pandemia del coronavirus. Mediante él, pretendemos abordar el problema de la escritura en el campo académico desde una doble perspectiva: el de una argumentación a favor de la relevancia imperiosa de las narrativas de experiencia para conocer los mundos de la vida y las experiencias que viven los sujetos en los bordes de la vida social, y para aprender de ellos; el de la presentación de un relato de experiencia de formación construido a partir del abordaje interpretativo y hermenéutico de los relatos de sí de una persona que padece y escribe en el encierro, como una oportunidad para aproximarnos a un saber que tal vez tenga algo para decirnos en el nuevo contexto. A partir de esta doble mirada, ponderamos las potencialidades de la narrativa biográfica como modo de investigación y como género discursivo válidos para una comprensión más sutil, vital y significativa de los procesos de formación y para sobre-vivir en un nuevo mundo, diferente al que hemos estado sufriendo. En cierto modo, este texto bifronte pone en conversación por lo menos a tres sujetos de enunciación: una ex-tesista de doctorado que ya inició sus estudios de posdoctorado (Cynthia Bustelo), un ex-director de tesis y ahora colega de la ex-tesista (Daniel Suárez), y una persona que atravesó una experiencia formativa en la cárcel y que se dispuso a contar su historia de formación (Liliana Cabrera). También trae al diálogo a algunos autores que han pensado y escrito acerca del viraje narrativo del pensamiento social.

We wrote this article in a conversation that began in an investigation and was extended after the defense of a doctoral thesis (1), in moments of global closure caused by the coronavirus pandemic. Through it, we intend to approach the problem of writing in the academic field from a double perspective: that of an argument in favor of the imperious relevance of the narratives of experience to know the worlds of life and the experiences that subjects live in. edges of social life, and to learn from them; that of the presentation of a training experience account built from the interpretive and hermeneutical approach of the self-reports of a person who suffers and writes in the confinement, as an opportunity to approach a knowledge that perhaps has something to tell us in the new context. Based on this double vision, we ponder the potential of biographical narrative as a mode of research and as a valid discursive genre for a more subtle, vital and meaningful understanding of training processes and to survive in a new world, different from the one we have been suffering. In a way, this two-faced text brings into conversation at least three subjects of enunciation: a former doctoral thesis student who has already started postdoctoral studies (Cynthia Bustelo), a former thesis director and now a colleague of the former thesis student (Daniel Suárez), and a person who went through a training experience in prison and who set out to tell his training story (Liliana Cabrera). It also brings to dialogue some authors who have thought and written about the narrative turn of social thought.

Escrevemos este artigo em uma conversa que começou numa pesquisa e foi estendida após a defesa de uma tese de doutorado (1), em momentos de confinamento global causados pela pandemia do coronavírus. Através dele, pretendemos abordar o problema da escrita no campo acadêmico sob uma dupla perspectiva: a de um argumento a favor da relevância imperiosa das narrativas de experiência para conhecer os mundos da vida e as experiências em que os sujeitos vivem nas margens da vida social e para aprender com eles; o da apresentação de um relato de experiência de formação construído a partir da abordagem interpretativa e hermenêutica dos relatos de si de uma pessoa que sofre e escreve no confinamento, como uma oportunidade para nos aproximar de um saber que talvez tenha algo para nos dizer em um novo contexto. Com base nesses dois olhares, ponderamos o potencial da narrativa biográfica como um modo de pesquisa e como um gênero discursivo válidos para uma compreensão mais sutil, vital e significativa dos processos de formação e para sobre-viver em um mundo novo, diferente daquele que estamos sofrendo. De certa forma, este texto de duas faces traz à conversa pelo menos três sujeitos de enunciação: uma ex-aluna de doutorado que já iniciou seus estudos de pós-doutorado (Cynthia Bustelo), ex-diretor de tese e agora colega da sua ex-aluna (Daniel Suárez) e uma pessoa que passou por uma experiência formativa na prisão e que se propôs a contar sua história de formação (Liliana Cabrera). Também traz ao diálogo alguns autores que pensaram e escreveram sobre o giro narrativo do pensamento social.