La ilusión del todo: Lengua(je), discurso y política de géneros en perspectiva materialista

Abstract

Este artículo analiza un haz de cuestiones vinculadas a la problematización del lenguaje en la coyuntura actual. En particular, se interesa por comprender los supuestos y evidencias inscriptas en los discursos que promueven en Argentina el uso del lenguaje inclusivo de género y/o de formas lingüísticas no binarias (esto es, formas nominales y pronominales que introducen variantes a la opción gramatical masculino/femenino, tales como la flexión nominal en -e o el uso de la -x como variable en la escritura y en la escrituralidad). La hipótesis de trabajo se orienta a pensar la relación entre dos aspectos de esta problemática, que tienen un desarrollo desigual: por un lado, las Prácticas lingüísticas, que comportan una diversificación y expansión de formas no binarias y/o inclusivas; por el otro, discursos y/o dispositivos metalingüísticos, orientados a argumentar y explicar la relevancia de las prácticas lingüísticas caracterizadas. Específicamente, el artículo muestra que las definiciones de lenguaje introducidas en textos que fomentan el uso de formas inclusivas reformulan ideas tradicionalistas y/o de matriz liberal, institucionalizando el olvido de la materialidad específica de la lengua como organización de formas significantes.

Este artigo discute um feixe de questões relacionadas à problematização da linguagem na conjuntura atual. Em particular, interessa-se a compreender os pressupostos e evidências inscritos nos discursos que promovem na Argentina o uso de formas linguísticas inclusivas de gênero e/ou não binárias (ou seja, formas nominais e pronominais que introduzem variantes à opção gramatical masculino/feminino, como a dobra nominal em -e ou o uso de -x como variável na escrita e na escritoralidade). A hipótese de trabalho visa a pensar a relação entre dois aspectos desse problema, que têm desenvolvimento desigual: por um lado, práticas linguísticas, que envolvem a diversificação e expansão de formas não binárias e/ou inclusivas; por outro lado, discursos e/ou dispositivos metalinguísticos, produzidos com o objetivo de argumentar e explicar a relevância das práticas linguísticas caracterizadas. Especificamente, o artigo mostra que as definições linguísticas introduzidas em textos que incentivam o uso de formas inclusivas reformulam ideias tradicionalistas e/ou liberais, institucionalizando o esquecimento da materialidade específica da língua como organização de formas significantes.