Artículo
En el presente trabajo nos proponemos indagar en los modos a través de los cuales se ha gestionado la pandemia de enfermedad por coronavirus 2019 (COVID-19) en aglomeraciones medianas y pequeñas de la provincia de Buenos Aires (Argentina) en las que los vínculos “cara a cara” son predominantes. Nuestro material etnográfico se nutre de entrevistas a habitantes de distritos rurales bonaerenses en los que venimos haciendo trabajo de campo –presencial y ahora también a la distancia– desde hace ocho años, de notas periodísticas locales, y de audios y memes difundidos en redes sociales y servicios de mensajería instantánea vía teléfono celular. A partir del análisis de este corpus etnográfico, aquí presentamos dos hipótesis. En primer lugar, que, más allá de los tan mentados cambios radicales que ha traído la pandemia, los modos de gestionarla en tanto problema social a nivel cotidiano, al menos en las aglomeraciones de las escalas aquí tratadas, se han montado sobre mecanismos preexistentes, tales como la circulación de chismes y rumores –con frecuentes escaladas al escándalo, redes sociales de por medio. En segundo lugar, que, al mismo tiempo, no todo ha sido continuidad actualizada de repertorios sociales previos; a lo largo de la pandemia, hemos observado que situaciones de diferenciales de poder previamente “indecibles” han pasado a la esfera de lo denunciable; también, que han emergido nuevos repertorios –tales como el “auto-cuidado” o el “cuidado comunitario”– movilizados para justificar o incluso para demandar al Estado la circulación de información personal de reales o potenciales enfermos, puesto que émicamente se sostiene que saber quién está infectado puede evitar la transmisión del virus. Como veremos, en estos contextos particulares, la COVID-19 ha puesto en escena nuevos intersticios –o al menos la demanda de nuevas articulaciones– entre nociones de persona más o menos centradas en lo relacional o en el individuo, como modos de ejercer cuidados tanto sobre la salud comunitaria como sobre las reputaciones personales. Este estudo se propõe a investigar as maneiras como a pandemia de doença por coronavírus 2019 (COVID-19) tem sido gerida em pequenas e médias aglomerações na província de Buenos Aires (Argentina) onde as relações “face a face” são predominantes. Nosso material etnográfico se baseia em entrevistas com habitantes de distritos rurais portenhos onde temos realizado trabalho de campo – presencial e agora também a distância – nos últimos oito anos, por meio de reportagens de jornais locais, além de áudios e memes compartilhados em redes sociais e serviços de mensagens instantâneas via telefone celular. Partindo da análise desse corpus etnográfico, apresentamos aqui duas hipóteses. Em primeiro lugar, que, para além das muito faladas mudanças radicais decorrentes da pandemia, as maneiras de geri-la enquanto “problema social” em nível cotidiano, pelo menos em aglomerações nas escalas aqui abordadas, foram organizadas em mecanismos sociais pré-existentes, como a circulação de fofocas e rumores – com frequentes escaladas para o escândalo, tendo as redes sociais como meio. Em segundo lugar, que, ao mesmo tempo, nem tudo tem constituído uma continuidade atualizada de repertórios sociais anteriores; ao longo da pandemia, observamos que situações com diferenciais de poder anteriormente “indizíveis” passaram à esfera do “denunciável”; ademais, que surgiram novos repertórios – como o “autocuidado” ou o “cuidado comunitário” – mobilizados para justificar ou até exigir do Estado a circulação de informações pessoais de pacientes reais ou potenciais, uma vez que se entende emicamente que saber quem está infectado pode evitar a transmissão do vírus. Como veremos, nesses contextos específicos, a COVID-19 criou novos interstícios – ou, pelo menos, a busca por novas articulações – entre noções de pessoa mais ou menos centradas no relacional ou no indivíduo, como maneiras de proporcionar cuidados tanto no âmbito da saúde comunitária quanto no das reputações pessoais. The present paper aims to investigate the ways in which the coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic has been managed in mid-sized and small agglomerations in the province of Buenos Aires (Argentina) where ‘face-to-face’ relationships are predominant. Our ethnographic material draws on interviews with inhabitants of rural districts in Buenos Aires where we have been conducting fieldwork – face-to-face and now also non-face-to-face – for eight years, by means of local newspaper coverage, as well as audios and memes shared on social media and mobile phone instant messaging services. Having the analysis of this ethnographic corpus as a basis, we present herein two hypotheses. First that, beyond the much talked about radical changes caused by the pandemic, the ways of managing it as a social issue at a daily life level, at least in the agglomeration sizes discussed herein, have been organized into pre-existing mechanisms, such as the circulation of gossip and rumors – frequently escalating into scandal, relying on social media as a means. Second that, at the same time, not everything has been an updated continuity of previous social repertoires; throughout the pandemic, we have observed that situations involving power differentials that were previously ‘unspeakable’ entered the whistleblowing sphere; also, that new repertoires have emerged – such as ‘self-care’ or ‘community care’ – as mobilized to justify or even require from the State the circulation of personal information of real or potential patients, since it is emically understood that knowing who is infected can prevent virus transmission. As we will see, in these particular contexts, the COVID-19 has opened new interstices – or, at least, the social requirement for new connections – between concepts of person more or less focused on the relational sphere or on the individual, as ways of caring for both community health and personal reputations.
“Acá se sabe si la gente se aísla”: (anti)anonimato, cuidado y poder en localidades medianas y pequeñas en tiempos de COVID-19
Título:
“Aqui sabemos se as pessoas estão isoladas”: (anti)anonimato, cuidado e poder em localidades pequenas e médias em tempos de COVID-19;
“Here we know if people isolate themselves”: (anti)anonymity, care and power in mid-sized and small towns in times of COVID-19
“Here we know if people isolate themselves”: (anti)anonymity, care and power in mid-sized and small towns in times of COVID-19
Fecha de publicación:
09/2021
Editorial:
Universidade Federal de Goiás
Revista:
Sociedade e Cultura
ISSN:
1415-8566
Idioma:
Español
Tipo de recurso:
Artículo publicado
Clasificación temática:
Resumen
Palabras clave:
COVID-19
,
AGLOMERACIONES MEDIANAS Y PEQUEÑAS
,
RUMORES
,
CUIDADO
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Citación
Kunin, Johana R; Faccio, Yanina; “Acá se sabe si la gente se aísla”: (anti)anonimato, cuidado y poder en localidades medianas y pequeñas en tiempos de COVID-19; Universidade Federal de Goiás; Sociedade e Cultura; 24; 9-2021; 1-39
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