Política estatal afrodescendiente en Argentina: continuidades y rupturas entre el neoliberalismo y el kirchnerismo

Abstract

En los últimos veinticinco años América Latina fue escenario de un proceso de redefinición de la relación histórica entre los estados-nación y las alteridades históricas que lo componen. En una operación que fue resultado de la sumatoria entre las propias narrativas dominantes y la particular correlación de fuerzas internacional y doméstica, cada estado latinoamericano respondió de manera disímil al mismo proceso global de politización de la identidad. En nuestro país el mito fundacional de la Argentina blanca y europea operó de manera particular a la hora de gestionar y procesar estatalmente a la histórica y actual diferencia racial al interior de un marco global de reconocimiento, celebración y protección de la diversidad. Así la relación entre la nación y la raza fue construida y reconstruida en diferentes registros según las posibilidades e intereses de los gobiernos de turno. El objetivo de este trabajo, entonces, es analizar comparativamente las políticas estatales implementadas para la población afrodescendiente durante el período neoliberal (c.1989-2001) y el kirchnerista (2003-2015) a los efectos de rastrear continuidades y rupturas, así como límites inherentes a la formación nacional de alteridad argentina.

In the last twenty-five years, Latin America has been the scene of a process of redefining the historical relationship between nation-states and the historical alterities that compose it. In an operation that was the result of the summation of the dominant narratives themselves and the particular international and domestic correlation of forces, each Latin American state responded in a dissimilar way to the same global process of identity politicization. In our country, the founding myth of white and European Argentina operated in a particular way when it came to managing and prosecuting the historical and current racial difference within a global framework of recognition, celebration and protection of diversity. Thus the relationship between the nation and the race was built and rebuilt in different registers according to the possibilities and interests of the governments of the day. The objective of this work, then, is to comparatively analyze the state policies implemented for the Afro-descendant population during the neoliberal period (c.1989-2001) and the Kirchner period (2003-2015) in order to trace continuities and ruptures, as well as limits inherent to the national formation of Argentine alterity.

Nos últimos vinte e cinco anos, a América Latina foi palco de um processo de redefinição da relação histórica entre os Estados-nação e as alteridades históricas que a compõem. Numa operação que resultou da soma das próprias narrativas dominantes e da correlação de forças internacional e doméstica particular, cada estado latino-americano respondeu de maneira diferente ao mesmo processo global de politização da identidade. Em nosso país, o mito fundador da Argentina branca e europeia atuou de maneira particular na gestão e na repressão da diferença racial histórica e atual em um marco global de reconhecimento, celebração e proteção da diversidade. Assim, a relação entre a nação e a raça foi construída e reconstruída em diferentes registros de acordo com as possibilidades e interesses dos governos da época. O objetivo deste trabalho, então, é analisar comparativamente as políticas de estado implementadas para a população afrodescendente durante o período neoliberal (c.1989-2001) e o período Kirchner (2003-2015) a fim de traçar continuidades e rupturas. bem como os limites inerentes à formação nacional da alteridade argentina.