Formación profesional y cambio tecnológico en Argentina: sindicatos y la "tesis de la doble incompetencia"

Abstract

La proletarización doble descalificación: por un lado, la separación entre la concepción y la ejecución del trabajo; por otro, la exclusión de los/as trabajadores/as de la gestión tecnológica. Esta configuración se expresó en los modos de acción sindical que rara vez se orientan a interpelar la organización del proceso productivo. Las exigencias del capitalismo post industrial y las resistencias obreras frente a la deshumanización que imponía la organización taylorista erosionaron las fronteras entre cuellos blancos y azules. El primer proceso de descalificación, la separación entre los que piensan y los que producen, quedó entonces cuestionado. Sin embargo, la supuesta "incompetencia" de los sindicatos para tomar decisiones en materia tecnológica sigue vigente. Frente al cambio tecnológico, se analiza su respuesta de manera especular: se adaptan o resisten las exigencias en materia de capacitación y/o reconversión laboral, a través de la adopción de estrategias sectoriales o colectivas. Sin embargo, nuestras investigaciones muestran que las respuestas son más complejas y existe una creciente preocupación por formar parte del debate acerca de la transformación productiva. En este artículo, presentamos algunos resultados preliminares de una investigación cualitativa en curso en gremios de diversas ramas, que nos permiten caracterizar la heterogeneidad de sus posicionamientos frente al cambio tecnológico. El análisis llevado a cabo nos permite sostener que, en muchos casos, estos posicionamientos desafían simultáneamente los dos aspectos de la descalificación que dio origen a la proletarización.

Proletarianization double disqualification: on the one hand, the separation between the conception and the execution of the work; on the other, the exclusion of workers from technology management. This configuration was expressed in union modes of action that are rarely aimed at challenging the organization of the production process. The demands of post-industrial capitalism and the resistance of the workers to the dehumanization imposed by the Taylorist organization eroded the borders between white and blue necks. The first disqualification process, the separation between those who think and those who produce, was then questioned. However, the alleged "incompetence" of the unions to make decisions on technology is still valid. Faced with technological change, their response is analyzed in a speculative way: they adapt or resist the demands in terms of training and / or job retraining, through the adoption of sectoral or collective strategies. However, our research shows that the answers are more complex and there is growing concern about being part of the debate about productive transformation. In this article, we present some preliminary results of an ongoing qualitative research in unions of various branches, which allow us to characterize the heterogeneity of their positions in the face of technological change. The analysis carried out allows us to argue that, in many cases, these positions simultaneously challenge the two aspects of the disqualification that gave rise to proletarianization.

Dupla desqualificação da proletarização: por um lado, a separação entre a concepção e a execução da obra; de outro, a exclusão dos trabalhadores da gestão de tecnologia. Essa configuração foi expressa em modos de atuação sindical que raramente visam desafiar a organização do processo produtivo. As demandas do capitalismo pós-industrial e a resistência dos trabalhadores à desumanização imposta pela organização taylorista erodiram as fronteiras entre os pescoços brancos e azuis. Questionou-se então o primeiro processo de desqualificação, a separação entre quem pensa e quem produz. No entanto, a alegada "incompetência" dos sindicatos para tomar decisões sobre tecnologia ainda é válida. Perante a mudança tecnológica, a sua resposta é analisada de forma especulativa: adaptam-se ou resistem às exigências de formação e / ou reconversão laboral, através da adoção de estratégias setoriais ou coletivas. No entanto, nossa pesquisa mostra que as respostas são mais complexas e há uma preocupação crescente em fazer parte do debate sobre transformação produtiva. Neste artigo, apresentamos alguns resultados preliminares de uma pesquisa qualitativa em andamento em sindicatos de diversos ramos, que nos permitem caracterizar a heterogeneidade de suas posições diante das mudanças tecnológicas. A análise realizada permite afirmar que, em muitos casos, essas posições desafiam simultaneamente os dois aspectos da desqualificação que deu origem à proletarização.