The New Far-Right in Brazil and the Construction of a Right-Wing Order

Abstract

Michel Temer’s government produced a new right-wing order in Brazil that might be called an “armored democracy.” The main characteristics of this order are the construction of a “leftist” enemy to justify repression of activists and social movements, preserving a loyal base and manipulating the anger if no economic achievements are made; a political partisan role for the judicial powers with strong interference of lobbying and military consultants; a weak democracy without political participation; the establishment of a market-friendly order against the platform voted for by the majority of Brazilians in the 2014 election; right-wing advances in public discourse that have reframed the political culture and discussion; and the accession of a far-right contender to the presidency for the first time since re-democratization began in 1985. Brazil seems to be repeating its history because it has not reflected on and judged its past. The most important threat to democracy is not only this new president but the country’s own elitist, corrupt, and restricted democratic system. O governo de Michel Temer produziu uma nova ordem da direita no Brasil que pode ser chamada de “democracia blindada”. As principais características dessa ordem são a construção de um inimigo “esquerdista” para justificar a repressão de ativistas e movimentos sociais, preservando uma base leal e manipulando a raiva se nenhuma conquista econômica for feita; um papel partidário político para os poderes judiciais com forte interferência de lobby e consultores militares; uma democracia fraca sem participação política; o estabelecimento de uma ordem favorável ao mercado contra a plataforma votada pela maioria dos brasileiros nas eleições de 2014; os avanços de direita no discurso público que reestruturaram a cultura e a discussão política; e a adesão de um candidato de extrema direita à presidência pela primeira vez desde a redemocratização começou em 1985. O Brasil parece estar repetindo sua história porque não refletiu e julgou seu passado. A mais importante ameaça à democracia não é apenas esse novo presidente, mas o próprio sistema democrático elitista, corrupto e restrito do país.