“Que sean dignos de observarse....” Condicionamientos emocionales en la conformación del paisaje vitivinícola de Mendoza, Argentina (1893 -1910)

Abstract

En el presente artículo analizaremos los condicionamientos emocionales efectuados a la sociedad local, a través de los textos e imágenes de los documentos gubernamentales que contribuyeron en la conformación del paisaje vitivinícola de Mendoza Argentina de fines del siglo XIX y principio del XX. Para ello efectuamos un estudio interdisciplinario que conjuga la historia, la psicología y la ciencia del paisaje, buscando aportar principalmente en aspectos metodológicos a los estudios fenomenológicos del paisaje, y con menos énfasis en la construcción del paisaje vitivinícola. En este marco sostenemos como hipótesis general que si bien el paisaje resultante es producto de las acciones efectuadas, éstas tienen un trasfondo emocional que fue influenciado e incentivado con condicionamientos ejercidos sobre la sociedad provincial y nacional, aplicados a través de recursos textuales y visuales en los documentos oficiales como en la prensa y literatura de la época. Esta influencia contribuyó no solo al modo de intervenir el territorio afectando el paisaje, sino también en las características personales y familiares junto a sus bienes materiales. Para ello se empleó un discurso oficial de ponderación-estímulo-exposición pública de y para la pertenencia, aplicando verbos e imágenes como mandato de acción y crítica a lo diferente como repudio excluyente. Cuya resultante, por un lado, sembró las bases de una sociedad con anhelos, aspiraciones y acciones que cambiaron formas de vidas, costumbres, bienes, e intervinieron en el territorio en aras de un progreso civilizatorio y moderno transformándo el paisaje protoindustrial vitivinícola, agrícola, molinero, ganadero al de explotación vitivinícola intensiva e industrializada. Pero por el otro, se fortaleció la diferencia y separación de la figura del “otro y su espacio” representante del opuesto a lo requerido, es decir, lo incivilizado, lo miserable, lo indigno, lo bárbaro y salvaje, incrementándose una ruptura territorial, social y emocional que perdura hasta la actualidad.

In this article we will analyze the emotional conditioning carried out on local society, through the texts and images of government documents that contributed to the conformation of the wine-growing landscape of Mendoza Argentina at the end of the 19th century and the beginning of the 20th. For this, we carried out an interdisciplinary study that combines history, psychology and landscape science, seeking to contribute mainly in methodological aspects to phenomenological studies of landscape, and with less emphasis on the construction of the wine-growing landscape. In this framework, we maintain as a general hypothesis that although the resulting landscape is the product of the actions carried out, these have an emotional background that was influenced and encouraged by conditioning exerted on the provincial and national society, applied through textual and visual resources in the official documents as well as in the press and literature of the time. This influence contributed not only to the way in which the territory was intervened, affecting the landscape, but also in the personal and family characteristics together with their material goods. For this, an oficial discourse of consideration-stimulus-public exposure of and for belonging was used, applying verbs and images as a mandate for action and criticism of what is different as an exclusive repudiation. The result of which, on the one hand, laid the foundations of a society with desires, aspirations and actions that changed ways of life, customs, goods, and intervened in the territory for the sake of modern and civilizing progress, transforming the proto-industrial landscape of wine, agriculture, miller, rancher to intensive and industrialized wine-producing exploitation. But on the other, the difference and separation of the figure of the "other and its space" representing the opposite of what is required was strengthened, that is, the uncivilized, the miserable, the unworthy, the barbaric and wild, increasing a territorial rupture, social and emotional that lasts until today.

Neste artigo, analisaremos o condicionamento emocional realizado na sociedade local, através dos textos e imagens de documentos governamentais que contribuíram para a conformação da paisagem vitivinícola de Mendoza Argentina no final do século XIX e início do século XX. Para isso, realizamos um estudo interdisciplinar que combina história, psicologia e ciência da paisagem, buscando contribuir principalmente em aspectos metodológicos para estudos fenomenológicos da paisagem, e com menor ênfase na construção da paisagem vitícola. Neste quadro, mantemos como hipótese geral que embora a paisagem resultante seja produto das ações realizadas, estas têm um fundo emocional que foi influenciado e fomentado por condicionamentos exercidos na sociedade provincial e nacional, aplicados através de recursos textuais e visuais tanto nos documentos oficiais quanto na imprensa e na literatura da época. Esta influência contribuiu não só na forma como o território foi intervencionado, afetando a paisagem, mas também nas características pessoais e familiares juntamente com os seus bens materiais. Para isso, utilizou-se um discurso oficial de consideração-estímulo-exposição pública do e para o pertencimento, aplicando verbos e imagens como mandato de ação e crítica do diferente como repúdio exclusivo. O resultado disso, por um lado, lançou as bases de uma sociedade com desejos, aspirações e ações que mudaram modos de vida, costumes, bens, e intervieram no território em prol do progresso moderno e civilizatório, transformando os proto- paisagem industrial do vinho, agricultura, moleiro, pecuarista à exploração vitivinícola intensiva e industrializada. Mas, por outro, reforçou-se a diferença e a separação da figura do “outro e seu espaço” representando o oposto do que é exigido, ou seja, o incivilizado, o miserável, o indigno, o bárbaro e o selvagem, aumentando uma dimensão territorial ruptura, social e emocional que perdura até hoje.