Entre un no-tiempo y un no-lugar: El estatuto de la política en Utopía de Tomás Moro

Abstract

El presente trabajo retoma ciertos trazos de Utopía, en vistas de indagar acerca del rol de la política en su trama, es decir, cómo se inserta y cuáles son sus áreas de competencia. En ese marco, se destaca no solo la variable crítica del género que el escrito de Tomás Moro inaugura, sino también el vínculo particular que en él se establece entre espacialidad y tiempo. Así, este trabajo argumenta sobre una suerte de subsunción del rol de los magistrados —y de su capacidad decisoria— en la familia, lo que obliga a interrogar el problema de la administración y la agencia del individuo. Para ello se toma como referencia la cuestión del suicidio y de la pena de muerte, en tanto allí se condensa una visión sobre la política que obtura la emergencia de cualquier forma de dislocación en la organización comunitaria.

This piece touches on certain traits of Utopia in order to delve into how politics are inserted into the plot and how this is dealt with. The critical variable of this genre that debuts in Tomás Moro’s writing stands out, as does the particular link that is established between spatiality and time. In that way, this piece argues about a kind of subsumption of the role of magistrates and their decision-making capacity in the family. That forces us to question the problem of the administration and the agency of the individual. For that reason, the question of suicide and the death penalty is taken as a reference. There he condenses a vision about the policy that blocks the emergence of any form of dislocation in the community organization.

O presente trabalho retoma certos traços do livro Utopia, visando indagar sobre a função da política em sua trama, isto é, como se insere e quais são suas áreas de competência. Nesse contexto, destaca-se não somente a variável crítica do gênero que a obra de Thomas More inaugura, mas também o vínculo particular que se estabelece nela entre espacialidade e tempo. Assim, este trabalho argumenta sobre uma espécie de subordinação da função dos magistrados —e de sua capacidade de tomar decisões— na família, o que obriga a questionar o problema da administração e a agência do indivíduo. Para isso, toma-se como referência a questão do suicídio e da pena de morte, enquanto se condensa aí uma visão sobre a política que obtura a emergência de qualquer forma de deslocação na organização comunitária.